Algumas notícias das ultimas semanas me
fizeram refletir sobre nossa condição “humana”. Em uma dessas, um homem invade
o apartamento dos vizinhos, os mata e logo após se mata, tudo levando a crer,
segundo testemunhas, que fora por causa de desentendimentos relacionado a
barulhos. Vizinhos que arrastavam móveis, barulho de salto de sapato. Outro
episódio, um bebê fora abandonado em um matagal na cidade de Niquelândia, GO.
Quando os bombeiros chegaram até o local encontraram a criança cheia de
carrapatos e formigas, pelo menos nesse caso, ainda por mais cruel que o quadro
se apresenta, conseguiram resgatar à vida, à criança foi socorrida a tempo.
Outro fato que marcara a semana foi o assalto ao dentista. Não bastasse à
violência do assalto ainda atearam fogo na vítima. Policia tenta ver por meio
das ligações do celular da vítima se essa reagira ao assalto, como se isso
justificasse o ato bárbaro de um “ser humano” contra outro ser humano.
Diante dos fatos apresentados, que,
infelizmente, já não nos causa nenhum espanto e, ultimamente já nem causa
comoção, fico a questionar por onde anda o tão alardeado amor?
Desde que nascemos somos bombardeados
com essa palavra: amor. Quem é religioso, segue os costumes e as doutrinas de
uma igreja sabe que não há palavra mais usada dentro dos templos que a palavra
amor. Esse amor pregado nas igrejas vem impregnado de significados: amar até
seus inimigos, amar ao próximo como a ti mesmo, amar a Deus sobre todas as
coisas e, assim, temos uma lista extensa sobre onde devemos usar o amor em
nossas vidas.
Dentro de nossos lares somos ensinados desde
pequenos a amar as pessoas, nossos pais, irmãos, tios, avós, ou seja, amar
nossos familiares, as pessoas que convivem conosco, que nos protegem, que nos
amparam, o que, posteriormente, deveríamos retribuir, pois, fomos ensinados a
amar, tanto dentro de nossas famílias como dentro da comunidade em que
crescemos, como já citei o caso das pessoas que seguem uma religião, e nesse caso
os números são expressivos, pois, somos um país cristão, mas, o que se vê é uma
escassez de amor, uma escassez cada vez maior de sentimentos bons de uns para
com os outros.
Por onde anda o amor para com o próximo
quando me vejo no direito de tirar sua vida simplesmente porque esse me
incomoda dentro de seu jeito de ser? Por onde anda o amor quando jogo um ser
indefeso, no caso um ser que tem meu sangue, pertencente à mesma condição que a
minha, humana, em uma situação em que não ofereço a esse meios de se defender,
de lutar pela própria vida? Como posso me intitular ser humano quando tomo
atitude que contraria toda essa condição?
Fico intrigada com algumas situações.
Sempre me questiono sobre o momento em que perdemos a capacidade de amar, de
respeitar.
Estamos inertes, dentro de uma passividade
coletiva que está nos transformando em meros “engolidores”. Estamos a perder a
capacidade de reação, de indignação, de contestadores.
O amor está indo embora e, estamos todos
na plataforma, com lenços, pretos, acenando a essa lastimável perda, mas,
estamos a assistir, impassíveis a essa ida, a esse adeus. Parafraseando Lulu
Santos: assim caminha a humanidade com passos de formiga e sem vontade, até sem
vontade de amar.

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