30 de maio de 2013

O ADEUS DO AMOR.

Algumas notícias das ultimas semanas me fizeram refletir sobre nossa condição “humana”. Em uma dessas, um homem invade o apartamento dos vizinhos, os mata e logo após se mata, tudo levando a crer, segundo testemunhas, que fora por causa de desentendimentos relacionado a barulhos. Vizinhos que arrastavam móveis, barulho de salto de sapato. Outro episódio, um bebê fora abandonado em um matagal na cidade de Niquelândia, GO. Quando os bombeiros chegaram até o local encontraram a criança cheia de carrapatos e formigas, pelo menos nesse caso, ainda por mais cruel que o quadro se apresenta, conseguiram resgatar à vida, à criança foi socorrida a tempo. Outro fato que marcara a semana foi o assalto ao dentista. Não bastasse à violência do assalto ainda atearam fogo na vítima. Policia tenta ver por meio das ligações do celular da vítima se essa reagira ao assalto, como se isso justificasse o ato bárbaro de um “ser humano” contra outro ser humano.
Diante dos fatos apresentados, que, infelizmente, já não nos causa nenhum espanto e, ultimamente já nem causa comoção, fico a questionar por onde anda o tão alardeado amor?
Desde que nascemos somos bombardeados com essa palavra: amor. Quem é religioso, segue os costumes e as doutrinas de uma igreja sabe que não há palavra mais usada dentro dos templos que a palavra amor. Esse amor pregado nas igrejas vem impregnado de significados: amar até seus inimigos, amar ao próximo como a ti mesmo, amar a Deus sobre todas as coisas e, assim, temos uma lista extensa sobre onde devemos usar o amor em nossas vidas.
Dentro de nossos lares somos ensinados desde pequenos a amar as pessoas, nossos pais, irmãos, tios, avós, ou seja, amar nossos familiares, as pessoas que convivem conosco, que nos protegem, que nos amparam, o que, posteriormente, deveríamos retribuir, pois, fomos ensinados a amar, tanto dentro de nossas famílias como dentro da comunidade em que crescemos, como já citei o caso das pessoas que seguem uma religião, e nesse caso os números são expressivos, pois, somos um país cristão, mas, o que se vê é uma escassez de amor, uma escassez cada vez maior de sentimentos bons de uns para com os outros.
Por onde anda o amor para com o próximo quando me vejo no direito de tirar sua vida simplesmente porque esse me incomoda dentro de seu jeito de ser? Por onde anda o amor quando jogo um ser indefeso, no caso um ser que tem meu sangue, pertencente à mesma condição que a minha, humana, em uma situação em que não ofereço a esse meios de se defender, de lutar pela própria vida? Como posso me intitular ser humano quando tomo atitude que contraria toda essa condição?
Fico intrigada com algumas situações. Sempre me questiono sobre o momento em que perdemos a capacidade de amar, de respeitar.
 Estamos inertes, dentro de uma passividade coletiva que está nos transformando em meros “engolidores”. Estamos a perder a capacidade de reação, de indignação, de contestadores.
O amor está indo embora e, estamos todos na plataforma, com lenços, pretos, acenando a essa lastimável perda, mas, estamos a assistir, impassíveis a essa ida, a esse adeus. Parafraseando Lulu Santos: assim caminha a humanidade com passos de formiga e sem vontade, até sem vontade de amar.

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