Voltei a reler alguns dos meus textos, precisamente os primeiros, quando eu ainda estava amadurecendo a ideia de escrever, compartilhar, quando eu ainda não entendia como compartilhar os textos, ilustrá-los.
Após uma breve passagem por eles resolvi reeditar alguns, dar uma roupagem nova a eles e, escolhi esse como cobaia. Após as aspas o texto segue na íntegra (mais ou menos, rss, dei uma melhoradinha aqui, outra ali, pois, vocês sabem que eu raramento reviso meus textos, apesar de ser de Letras, rss).
"Deparei-me com essa instigante pergunta e não me contive, pensei: partilha.
Após uma breve passagem por eles resolvi reeditar alguns, dar uma roupagem nova a eles e, escolhi esse como cobaia. Após as aspas o texto segue na íntegra (mais ou menos, rss, dei uma melhoradinha aqui, outra ali, pois, vocês sabem que eu raramento reviso meus textos, apesar de ser de Letras, rss).
"Deparei-me com essa instigante pergunta e não me contive, pensei: partilha.
Vocês podem estranhar porque é um texto mais Cult, mais profundo, visceral, diferente dos que eu postei anteriormente, porém, é um texto para nos desnudar.
Divido, partilho ainda, trechos de outro texto em que é possível fazer uma intertextualidade com a pergunta acima. Li em um texto reflexivo em que citam Sartre: “é notório que em nossa época o homem moderno não escolhe autenticamente a vida que quer levar. Ele assume compromissos sociais, morais e religiosos que geralmente não pode cumprir. Por escolher mal ele paga um preço muito alto, pois não consegue se libertar de suas escolhas e fica angustiado”. “Sartre diagnosticou em nossa época que a maior parte dos seres humanos preferem não ser livres. O homem prefere a não-liberdade a sentir a angústia de escolher sua própria liberdade. Alguns homens prendem-se a riquezas, outros a fama. Uns levam o peso de seu orgulho, outros o peso da solidão. Uns prende-se ao casamento, outros a religião. Um curva a cabeça ao seu chefe, outro a família. Só para exemplificar, hoje em dia se ve uma grande parte dos casais vivendo juntos sem amor, apenas se suportando. Isso por causa dos filhos, por causa dos bens ou mesmo por dependência psíquica em relação ao outro. A vida torna-se insuportável. O resultado são as brigas, as traições, a ansiedade, as compulsões e as neuroses. Também há profissionais que fazem a mesma atividade e odeiam o que fazem, são incapazes de mudar de vida. Ficam na mesma profissão por anos a fio, mesmo odiando o que fazem. É um desperdício das capacidades físicas, intelectuais e da criatividade. A explicação de Sartre para estes problemas está na angústia da escolha. O homem tem medo da liberdade. Para muitos seres humanos a liberdade gera a angústia. Muitos não suportam esta angústia e para não assumir a liberdade, fogem dela. São incapazes de escolher”.
Sartre foi existencial (um pouco radical também), mas relacionando o texto e a pergunta, sabendo que, às vezes, nos limitamos, imitamos, sujeitamo-nos a fazer o que não queremos para viver em sociedade, acho que a pergunta é coerente: Quem é o autor da sua vida?
É uma pergunta interessante assim como são as outras no mesmo texto: O que faz com que você seja como é? Como você avalia sua forma de ser? Deseja mudanças? Consegue mudar? Deseja manter tudo como está? O que é necessário fazer para realizar seu desejo? Depende de você? O que o movimenta? Quem ou o que define seu modo de ser"?
Quem realmente tem o comando dos seus atos, você ou as regras sociais que você teimosamente segue por achar que quem as fizeram estava 100% certo?
Você vive de acordo com suas vontades ou se curva diante de estereótipos e conceitos pre-concebidos que, às vezes, nem condiz com o que você realmente pensa, sente?
Quantas vezes você já se prostituiu (no sentido de fazer o que não gosta por querer ter um padrão de vida, ou por não ter escolhas, mas, com a dor de saber que não era o que queria, está apenas seguindo normas?).
O que está, realmente, ao nosso alcance? Muitos dizem que temos livre arbítrio. Temos mesmo?
A impressão que tenho é que você, eu, não escrevemos nossas histórias, primeiro porque muita coisa não está ao nosso alcance (nem sempre temos quem amamos, o emprego que queremos, apesar de buscar por oportunidades, não escolhemos nascer na família x, não temos, absolutamente, controle de nada, apesar de muita gente viver achando que tem), segundo porque fizeram tantas regras e restrições que vivemos em função do outro, da regra que o outro criou. Partindo desse pressuposto, o que sobra em nossas mãos? Qual a parte que nos cabe desse latifúndio (parafraseando João Cabral de Melo Neto, em Morte e Vida Severina).
Quem realmente tem o comando dos seus atos, você ou as regras sociais que você teimosamente segue por achar que quem as fizeram estava 100% certo?
Você vive de acordo com suas vontades ou se curva diante de estereótipos e conceitos pre-concebidos que, às vezes, nem condiz com o que você realmente pensa, sente?
Quantas vezes você já se prostituiu (no sentido de fazer o que não gosta por querer ter um padrão de vida, ou por não ter escolhas, mas, com a dor de saber que não era o que queria, está apenas seguindo normas?).
O que está, realmente, ao nosso alcance? Muitos dizem que temos livre arbítrio. Temos mesmo?
A impressão que tenho é que você, eu, não escrevemos nossas histórias, primeiro porque muita coisa não está ao nosso alcance (nem sempre temos quem amamos, o emprego que queremos, apesar de buscar por oportunidades, não escolhemos nascer na família x, não temos, absolutamente, controle de nada, apesar de muita gente viver achando que tem), segundo porque fizeram tantas regras e restrições que vivemos em função do outro, da regra que o outro criou. Partindo desse pressuposto, o que sobra em nossas mãos? Qual a parte que nos cabe desse latifúndio (parafraseando João Cabral de Melo Neto, em Morte e Vida Severina).
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