Em conversa com as pessoas é possível notar o quanto mudamos, o quanto perdemos de nós mesmos no decorrer do tempo, tempos modernos.
Não se pode mais ter amigos sinceros, ninguém acredita mais que é possível confiar em alguém. Você não pode mais ser gentil, educado, simpático, amoroso, dedicado, prestativo, solidário. Segundo as normas vigentes esse tipo de pessoa está em extinção e, ai de você se contrariar essas ideias, você está querendo se autopromover, aparecer, etc, etc, etc.
A moda vigente hoje é ser uma fraude. Eu tenho que bombar nas redes sociais, com mentiras, óbvio. Minhas fotos só me mostram em lugares badalados, com gente "da hora", todos lindos, todos rindo, todos felizes. Quanto mais fotos eu posto mais minha imagem de gente resolvida, sociável fica impregnada nas pessoas. As fotos precisam ser curtidas, comentadas (muitos comentários falsos, mas, a moda é ser falso: que linda, arrasou amiga, maravilhooooooosa, etc, no fundo está se remoendo porque, a pessoa, pode ter arrasado mesmo e isso é inadmissível, como pode ela ser mais que eu). Eu tenho por obrigação falar para as pessoas que meu fim de semana está ótimo, que minha semana está perfeita.
As pessoas estão proibidas de serem comuns. Tenho que conhecer Chopin, Freud, Clarice Lispector (se você não a conhece, me desculpe, mas, você é desse planeta mesmo?) etc. As festas, preciso estar em todas, senão, o que postar? Como vou mostrar para as pessoas que eu sou uma pessoa social, querida, insubstituível, necessária? Você não pode querer tchu nem tchá, nem pode sonhar em morar em uma humilde residência, se você tem um Ex My Love, enterra (a música e o ex, fila anda, ficar lastimando é coisa do passado). Se você tem sede de agito, se contenha, não mexa a cabeça, mantenha o "kuduro" e, se em algum momento você se sentir doce, doce, melhor tomar banho, porque ai se alguns te pegam.
A moda é ser uma fraude.
Tenho saudades de pessoas doces, simples, alegres, descontraídas, descalças (no sentido de assumir que, às vezes, por seres normal, tu andas descalço), de jeans e camiseta (em um evento que teve aqui na cidade há duas semanas, presenciei uma jovem com um vestido muito curto, quase mostrando a bunda, com salto muito alto, uma chiqueza só, um luuuuuuuuushoooo, todos os homens a olhavam quando essa passava, quando a vi sorrir ela não tinha um dente na frente, nada contra a moça não ter o dente, só comentei para ilustrar o que estamos a oferecer, nos transformamos em vitrine, talvez se ela se deixasse ser mais simples, sobraria dinheiro para coisas básicas, creio eu que ter um dente faz mais pela autoestima que ter um vestido, na minha concepção, que imagem ela estava querendo vender?).
Estamos o tempo todo nos esforçando para sermos o que não somos. Se você se assumir como é, logo te indicarão análise, logo te receitarão Rivotril, Ritalina, pois, pode ser depressão ou hiperatividade e, você não pode ser nem agitado nem pacato, você tem que ser comedido, comportado, tem que ter riso discreto, gargalhar é para os loucos, você tem que ter "etiqueta".
Eu vou lutar contra a maré. Vou continuar a falar o que penso, vou continuar a confiar nos meus amigos, vou continuar rindo à toa, a falar besteira (fazer também não pode, rss, você é classificada, rotulada, rss).
Vou continuar a acreditar no meu trabalho, mesmo quando ele não me oferece o retorno financeiro que muitos acham que eu deveria ter, vou continuar brincando no chão com meus sobrinhos, apesar da sujeira, apesar das bactérias, apesar de sujar a roupa, vou continuar a fazer bolo de chocolate só para os vir se deliciando, apesar de recomendarem ter cuidado com as calorias, vou continuar a ser educada com todos que forem educados comigo, a ter um sorriso receptivo quando merecerem, a responder carinhosamente um cumprimento dirigido a mim, a responder todos os e-mails enviados (apesar que nem e-mails mandam mais, a moda agora é curtir as postagens no Face e falar com a pessoa cada vez menos, pois, o contrário disso pode ser indício de apego, de carinho, de amor, de afeição e Deus nos livre de sentimentos tão piegas, tão arcaicos).
Será que ainda não entenderam que estamos aqui de passagem e que dessa vida, mesmo os ricos e os frescos não levarão nada?
Queria um surto, uma epidemia de amor, carinho, risadas, leveza, sutilezas, abraços. Só o que importa são os momentos que passamos ao lado das pessoas queridas, o resto é vaidade das vaidades.
Gosto muito de uma propaganda do Pão de Açucar que diz: o que faz você feliz?
Acho que essa deveria ser nossa única preocupação nessa vida: buscar o que nos faz felizes, sem preocupações com etiquetas, calorias, gordurinhas extras, etc. Quando tivermos que partir, que lembranças deixaremos?
Recomendo para leitura: FAZ DE CONTA, TEXTO DE ADÉLIA PRADO.
imagens do google.
Não se pode mais ter amigos sinceros, ninguém acredita mais que é possível confiar em alguém. Você não pode mais ser gentil, educado, simpático, amoroso, dedicado, prestativo, solidário. Segundo as normas vigentes esse tipo de pessoa está em extinção e, ai de você se contrariar essas ideias, você está querendo se autopromover, aparecer, etc, etc, etc.
A moda vigente hoje é ser uma fraude. Eu tenho que bombar nas redes sociais, com mentiras, óbvio. Minhas fotos só me mostram em lugares badalados, com gente "da hora", todos lindos, todos rindo, todos felizes. Quanto mais fotos eu posto mais minha imagem de gente resolvida, sociável fica impregnada nas pessoas. As fotos precisam ser curtidas, comentadas (muitos comentários falsos, mas, a moda é ser falso: que linda, arrasou amiga, maravilhooooooosa, etc, no fundo está se remoendo porque, a pessoa, pode ter arrasado mesmo e isso é inadmissível, como pode ela ser mais que eu). Eu tenho por obrigação falar para as pessoas que meu fim de semana está ótimo, que minha semana está perfeita.
As pessoas estão proibidas de serem comuns. Tenho que conhecer Chopin, Freud, Clarice Lispector (se você não a conhece, me desculpe, mas, você é desse planeta mesmo?) etc. As festas, preciso estar em todas, senão, o que postar? Como vou mostrar para as pessoas que eu sou uma pessoa social, querida, insubstituível, necessária? Você não pode querer tchu nem tchá, nem pode sonhar em morar em uma humilde residência, se você tem um Ex My Love, enterra (a música e o ex, fila anda, ficar lastimando é coisa do passado). Se você tem sede de agito, se contenha, não mexa a cabeça, mantenha o "kuduro" e, se em algum momento você se sentir doce, doce, melhor tomar banho, porque ai se alguns te pegam.
A moda é ser uma fraude.
Tenho saudades de pessoas doces, simples, alegres, descontraídas, descalças (no sentido de assumir que, às vezes, por seres normal, tu andas descalço), de jeans e camiseta (em um evento que teve aqui na cidade há duas semanas, presenciei uma jovem com um vestido muito curto, quase mostrando a bunda, com salto muito alto, uma chiqueza só, um luuuuuuuuushoooo, todos os homens a olhavam quando essa passava, quando a vi sorrir ela não tinha um dente na frente, nada contra a moça não ter o dente, só comentei para ilustrar o que estamos a oferecer, nos transformamos em vitrine, talvez se ela se deixasse ser mais simples, sobraria dinheiro para coisas básicas, creio eu que ter um dente faz mais pela autoestima que ter um vestido, na minha concepção, que imagem ela estava querendo vender?).
Estamos o tempo todo nos esforçando para sermos o que não somos. Se você se assumir como é, logo te indicarão análise, logo te receitarão Rivotril, Ritalina, pois, pode ser depressão ou hiperatividade e, você não pode ser nem agitado nem pacato, você tem que ser comedido, comportado, tem que ter riso discreto, gargalhar é para os loucos, você tem que ter "etiqueta".
Eu vou lutar contra a maré. Vou continuar a falar o que penso, vou continuar a confiar nos meus amigos, vou continuar rindo à toa, a falar besteira (fazer também não pode, rss, você é classificada, rotulada, rss).
Vou continuar a acreditar no meu trabalho, mesmo quando ele não me oferece o retorno financeiro que muitos acham que eu deveria ter, vou continuar brincando no chão com meus sobrinhos, apesar da sujeira, apesar das bactérias, apesar de sujar a roupa, vou continuar a fazer bolo de chocolate só para os vir se deliciando, apesar de recomendarem ter cuidado com as calorias, vou continuar a ser educada com todos que forem educados comigo, a ter um sorriso receptivo quando merecerem, a responder carinhosamente um cumprimento dirigido a mim, a responder todos os e-mails enviados (apesar que nem e-mails mandam mais, a moda agora é curtir as postagens no Face e falar com a pessoa cada vez menos, pois, o contrário disso pode ser indício de apego, de carinho, de amor, de afeição e Deus nos livre de sentimentos tão piegas, tão arcaicos).
Será que ainda não entenderam que estamos aqui de passagem e que dessa vida, mesmo os ricos e os frescos não levarão nada?
Queria um surto, uma epidemia de amor, carinho, risadas, leveza, sutilezas, abraços. Só o que importa são os momentos que passamos ao lado das pessoas queridas, o resto é vaidade das vaidades.
Gosto muito de uma propaganda do Pão de Açucar que diz: o que faz você feliz?
Acho que essa deveria ser nossa única preocupação nessa vida: buscar o que nos faz felizes, sem preocupações com etiquetas, calorias, gordurinhas extras, etc. Quando tivermos que partir, que lembranças deixaremos?
Recomendo para leitura: FAZ DE CONTA, TEXTO DE ADÉLIA PRADO.
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