3 de dezembro de 2011

"HOMENS DE DIREITOS"


tradução: machos nasceram para serem escravos.
Sou uma pessoa avessa a algumas situações e, essas avessas, às vezes, me traz alguns problemas, pois, muitas pessoas são acomodadas ou esponjosas (adjetivo meu para pessoas que recebem e absorvem tudo sem questionar, sem pensar sobre e, sem pensar, sem questionar começam a proferir a verdade do outro como se fosse realmente uma verdade. Entenderam? Deixa para lá, kk) e minhas opiniões, às vezes, incomoda algumas pessoas (paciência, não quero ser esponja, elas me lembram louças na pia e isso me lembra ódio, rss e, não gosto de sentir ódio).
Sou contra, por exemplo, cotas para negros, índios, etc. nas faculdades. Explico: isso faz com que baixem nosso nível intelectual para cabermos em um sistema. O certo seria educação de qualidade para lutarmos em pé de igualdade, pois, para me privilegiar, o meu amigo branco, que teve um ensino tão ruim quanto o meu, perderá a vaga por eu ter o “privilégio” de ter a cor da minha pele escura (se o branco usar a cor da pele dele para se autopromover o negro acha que é preconceito, quando é o contrário eu me acomodo e acho normal. Quando é conveniente eu sou negro, mas, deixa um branco na universidade citar que sou negro, na universidade que eu entrei por ser negro, pronto, o branco será processado e eu ganho de novo, ganhei a bolsa e ganhei por danos morais, pois, ser negro é um problema, menos quando eu quero privilégios (não estou aqui falando que aceito alguém me discriminar por causa de cor, que fique claro a questão do xingamento, do preconceito e do privilégio).
Outro ponto que não concordo, e esse tem a ver com o post, o caso das cotas fora apenas uma ilustração, é o privilégio que nós, mulheres, achamos que temos em relação aos homens, inclusive mulheres que se dizem religiosas e pregam que somos todos iguais diante os olhos de Deus.
Sou contra leis que favorecem minoria, pois, temos a Declaração Universal de Direitos Humanos, temos a Constituição Federal que já oferecem direitos iguais para todos nós, seres humanos, se essas fossem seguidas a risca seria desnecessário outras leis para favorecerem um grupo específico (esses não são humanos? Não entram na lei acima citada, A Constituição, que em tese é a lei máxima de um país?).
Em um casamento ontem, 02 de Novembro, a noiva, ao sair do cartório, fez um comentário engraçado, mas, que ilustra bem o que direi. O noivo, já marido, não abriu nem fechou a porta para a noiva, já esposa, e, essa, já reclamou: pronto, mal casamos e já acabaram as gentilezas. Rimos do comentário, que foi feito espontaneamente e na brincadeira, mas, uso para ilustrar o quanto nós, mulheres, ainda somos românticas e o quanto nós, que nos autonomeamos independentes ainda deixamos para os homens a função de nos “paparicar” como se fossemos aleijadas (aleijada foi expressão forte, mas, é para ilustrar, rsss).
Sentimos-nos privilegiadas por termos dia Internacional da mulher (dizem que é para homenagear mulheres que morreram queimadas em uma fábrica quando essas lutavam por melhores condições de trabalhos. Homenagem mais que cabível, mas, quantos homens morrem em guerras, quantos judeus, homens, morreram nas mãos de Hitler, quantos homens, por ano, são mutilados em guerras para “salvar” uma nação e, nem por isso ganham dias especiais?) por termos a lei Maria da Penha (louvável porém, ineficiente pois, não salva a mulher que está na mira de um psicopata armado, e não tem o poder de fazer o individuo cumprir a distância estabelecida para ficar longe da parceira ameaçada, uma vez que, não tem como colocar um agente vigiando essa mulher vinte e quatro horas por dia) e, por termos o dia da louça para lavar, do tanque cheio de roupas, etc.
Não estou desdenhando das leis já estabelecidas e da cultura do país, só estou comentando que nós, mulheres, gostamos de uns privilégios e, mesmo assim, nos denominamos independentes.
Nossa “independência” aparece quando é para pagar o jantar, a conta do motel, as flores que gostamos de receber, o abrir da porta do carro, no puxar a cadeira para nos sentarmos em lugares públicos. Gostamos dessas “pequenas” gentilezas que saem do bolso do homem. Mulher independente não faz gentileza, não divide a conta?
Do mesmo jeito que sou contra os homens acharem que é nossa obrigação manter a chama do casamento acesa, senão eles buscam fora o que não tem em casa (isso, no meu ponto de vista, serve para nós mulheres, direitos iguais) sou contra nos acomodarmos e deixarmos para o homem toda a “gentileza” pagável.
Lutamos para ter nosso lugar ao sol, para termos salários iguais, para termos príncipes encantados e ainda nos portamos como nossas avós, no pré-feminismo (movimento que abomino também por fazer a segregação de uma ideologia).
Concordo que não se deve perder o romantismo, há quem é adepto, mas, no meu ponto de vista, romantismo é diferente de comodismo, de “aproveitismo”.
Não conseguiremos o respeito “corporativo”, posição que tanto desejamos, enquanto acharmos que somos, nós mulheres, seres portadoras só de direitos.
Somos detentoras de direitos, mas, os homens também não são?
Sei que muitas podem não gostar do que está escrito, mas, não lutamos por igualdade? Que igualdade é essa em que eu saio privilegiada?
Não estou aqui defendendo os homens, mas, tenho homens maravilhosos na minha vida (dois sobrinhos pelos quais daria a  minha vida, um pai maravilhoso, marido (não tão maravilhoso como os três primeiros homens da minha vida, mas, uma pessoa que merece meu respeito por ser batalhador, honesto, gente do bem) e gostaria que esses tivessem tantos direitos como eu tenho, principalmente direito a ter um dia Internacional.
De quem foi a idéia de nivelar todos os homens, de colocá-los na posição de algozes, de colocá-los como seres insensíveis, monstruosos, sem o direito de terem o dia especial?
Quero ser mulher de direito e de dever. Não quero privilégios, quero ser igual.

 


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