21 de novembro de 2011

"REFLEXÕES DE FIM DE ANO"


Está chegando uma época que o ser humano fica alucinado geral que é a época do natal (a rima foi proposital, essa também).
Sabemos que a invenção do bom velhinho nada mais é que uma estratégica marketeira do mercado, mas, não resistimos às tentações e, os marketeiros conhecem nosso ponto fraco, principalmente o das adoráveis mulheres, incluindo a mim no adorável. Nenhuma época do ano é tão propícia a compras como essa. Sapatos, perfumes, roupas, nada pode faltar na nossa humilde cesta natalina.
Como mudaram as tendências, aproveitamos o dinheirinho extra para comprar tudo novo, isso inclui o blush, o esmalte, o rímel, a base, o corretivo, o adesivo que uso no dedinho do pé, aquele que nem unha tem e só serve para bater na quina de algum móvel. Não posso perder nada, preciso encher a sacola, pois, não tem coisa mais fora de moda que ficar fora de moda (falando em moda, ideias de: AQUI, UNHAS PARA FIM DE ANO)
Deixo de blá, blá, blá, porque o post não é sobre materiais de consumo, era só para distrair. O post é sobre algo mais sério que acontece no fim de ano e me deixa depre e queria compartilhar com vocês.
O que me causa desespero no fim de ano, além da vontade de comprar tudo o que vejo pela frente, é a música da Simone. Sim, não é loucura, a musica da Simone me deixa depre: então é natal, e o que você fez? (LETRA E VÍDEO). O ano termina, e nasce outra vez. Porque essa musica acaba comigo, deixa a mim, uma colcha de cetim me sentindo um pano de chão? Porque eu não fiz nada. Nada que eu não tenha feito no ano passado, e no outro ano passado, e no ooouuuutroooo ano passado.
Essa frase deixa implícita a necessidade de eu ter feito algo muito diferente, extraordinário, hiper, mega, ultra novo, e, eu não fiz. Isso não da um desespero mortal na gente? De repente, você se vê no fim do ano outra vez, a Simone fica nos lembrando disso o tempo todo no rádio, e, você descobre que só viveu. Como assim só viveu? Vivi gente. Trabalhei, como fiz ano passado, sai algumas vezes (esse ano muito menos que os outros) com os amigos para uma conversinha fiada, fui na casa da mãe várias vezes (não tenho sogra (já ouço alguém dizer: sorte sua, kk)), trabalhei mais um pouco, não fui a missa, não fui a nenhum batizado, bebi pouco, muito menos que merecia, pois, a vida, às vezes, pede um porre, transei menos que merecia (aff, olha a cara de vocês, kk, não queriam que eu dissesse que dei menos que merecia né, é feio, sou moça de família), meu salário foi menos que eu merecia, me dei menos presentes, sorri dentro do normal, apesar de merecer gargalhar, trabalhei (só se fode, kk), abracei menos que devia, estava ocupada trabalhando, RSS, não conheci nenhuma pessoa extraordinária (aff, nem novos amigos eu fiz esse ano, tá feia a coisa), viajei ( pensam vocês: até que enfim essa coitada fez algo de bom, esperem) a trabalho, comi, muito, até a metade do ano, depois foi dieta, pronto, vocês pensando que enfim coloquei a promessa de emagrecer que fiz na virada do ano em prática, não, foi na marra mesmo por motivos que vocês já sabem, trabalhei de novo ( esse trabalho inclui o de fora de casa e o de dentro de casa), que mais? Vivi. Fui ao banheiro, fiz compras para casa, comprei algumas roupas, alguns utensílios para casa, alguns móveis, (pensando aqui que beijei pouco também), algumas maquiagens, uns 3 perfumes ao longo do ano, cremes, rímel, que não fico sem, enfim, coisas corriqueiras.
Então, o que citei são coisas extraordinárias? Não. São coisas comuns do dia a dia que acontece na vida de todos, alguns com alguns itens a mais, outros a menos, mas, a vida corre seu curso. Então, porque em fim de ano há a corrida do ouro, todo mundo correndo para se mostrar muito mais feliz do que realmente fomos no decorrer do ano, quando no fundo sabemos que é só pressão social, no fundo, lá no fundinho, mudamos pouco, avançamos o necessário, fizemos o suficiente, e, vivemos, assim como os outros mortais viveram.
Mesmo que eu tenha avançado muito, porque só no final do ano eu tendo a fazer balanços se, no dia dois de Janeiro já está tudo igual de novo (apenas com mais dividas para acertar, dividas que em sua maioria adquiri para me mostrar mais feliz socialmente, roupas novas, carro novo, sapato novo etc)?
Eu sei que todos curtimos fim de ano, mas, a cada dia, fico mais depre (sim, já disse isso). No fim do ano amamos mais, solidarizamos mais, beijamos mais (ui), tudo fica lindo, como se, de repente, uma bela cortina de sonhos descesse e cobrisse as maldades, o nosso coração endurecido, que até a poucos dias desejava que no Brasil tivesse cadeira elétrica para ladrão de galinha (sim, pois, os grandes não vão para a cadeia). De repente, presenteamos os inimigos secretos (há algumas falsidades nessas brincadeiras), prometemos ser filhos melhores, melhores irmãos, melhores amigos, melhores maridos e esposas, pais e filhos melhores, até o dia dois de Janeiro. A minha vida aconteceu por trezentos e sessenta e cindo dias e você não me deu a mínima, agora você me abraça e me felicita, ah?
Posso ser utópica, demagógica, ideológica, downlógica (tradução livre e pessoal, a lógica de se colocar para baixo, rss), mas, eu me recuso a fazer apenas um balanço por ano, amar apenas um dia do ano, me visitar apenas uma vez no ano. O que você fez? Essa é uma pergunta que quero me fazer ao longo do ano. O que eu fiz para ser uma pessoa melhor ontem? O que eu fiz para melhorar a vida de alguém hoje? O que eu fiz para fazer do meu espaço um ambiente melhor para se viver mês passado? O que eu fiz de bom para as pessoas que convivem comigo? Por ai vai. Não da para deixar para resolver tudo no fim do ano, pode ser pouco espaço para muitas intervenções. Não quero dia marcado para ser feliz, para ser pessoa, para ser humana, para amar. Se tenho que viver hoje e amanhã, que seja fazendo coisas. Um brinde ao hoje.
E você? O que você está fazendo ao longo desse ano para ser melhor?
Links complementares: depressão de fim de ano Depre 2





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