Está chegando
uma época que o ser humano fica alucinado geral que é a época do natal (a rima
foi proposital, essa também).
Sabemos que a
invenção do bom velhinho nada mais é que uma estratégica marketeira do mercado,
mas, não resistimos às tentações e, os marketeiros conhecem nosso ponto fraco,
principalmente o das adoráveis mulheres, incluindo a mim no adorável. Nenhuma
época do ano é tão propícia a compras como essa. Sapatos, perfumes, roupas,
nada pode faltar na nossa humilde cesta natalina.
Como mudaram as
tendências, aproveitamos o dinheirinho extra para comprar tudo novo, isso
inclui o blush, o esmalte, o rímel, a base, o corretivo, o adesivo que uso no
dedinho do pé, aquele que nem unha tem e só serve para bater na quina de algum
móvel. Não posso perder nada, preciso encher a sacola, pois, não tem coisa mais
fora de moda que ficar fora de moda (falando em moda, ideias de: AQUI, UNHAS PARA FIM DE ANO)
Deixo de blá,
blá, blá, porque o post não é sobre materiais de consumo, era só para distrair.
O post é sobre algo mais sério que acontece no fim de ano e me deixa depre e
queria compartilhar com vocês.
O que me causa
desespero no fim de ano, além da vontade de comprar tudo o que vejo pela
frente, é a música da Simone. Sim, não é loucura, a musica da Simone me deixa
depre: então é natal, e o que você fez? (LETRA E VÍDEO). O ano termina, e nasce outra vez. Porque
essa musica acaba comigo, deixa a mim, uma colcha de cetim me sentindo um pano
de chão? Porque eu não fiz nada. Nada que eu não tenha feito no ano passado, e
no outro ano passado, e no ooouuuutroooo ano passado.

Então, o que
citei são coisas extraordinárias? Não. São coisas comuns do dia a dia que
acontece na vida de todos, alguns com alguns itens a mais, outros a menos, mas,
a vida corre seu curso. Então, porque em fim de ano há a corrida do ouro, todo
mundo correndo para se mostrar muito mais feliz do que realmente fomos no
decorrer do ano, quando no fundo sabemos que é só pressão social, no fundo, lá
no fundinho, mudamos pouco, avançamos o necessário, fizemos o suficiente, e,
vivemos, assim como os outros mortais viveram.
Mesmo que eu
tenha avançado muito, porque só no final do ano eu tendo a fazer balanços se,
no dia dois de Janeiro já está tudo igual de novo (apenas com mais dividas para
acertar, dividas que em sua maioria adquiri para me mostrar mais feliz
socialmente, roupas novas, carro novo, sapato novo etc)?
Eu sei que todos
curtimos fim de ano, mas, a cada dia, fico mais depre (sim, já disse isso). No fim
do ano amamos mais, solidarizamos mais, beijamos mais (ui), tudo fica lindo,
como se, de repente, uma bela cortina de sonhos descesse e cobrisse as
maldades, o nosso coração endurecido, que até a poucos dias desejava que no
Brasil tivesse cadeira elétrica para ladrão de galinha (sim, pois, os grandes
não vão para a cadeia). De repente, presenteamos os inimigos secretos (há algumas
falsidades nessas brincadeiras), prometemos ser filhos melhores, melhores
irmãos, melhores amigos, melhores maridos e esposas, pais e filhos melhores,
até o dia dois de Janeiro. A minha vida aconteceu por trezentos e sessenta e
cindo dias e você não me deu a mínima, agora você me abraça e me felicita, ah?
Posso ser
utópica, demagógica, ideológica, downlógica (tradução livre e pessoal, a lógica
de se colocar para baixo, rss), mas, eu me recuso a fazer apenas um balanço por
ano, amar apenas um dia do ano, me visitar apenas uma vez no ano. O que você
fez? Essa é uma pergunta que quero me fazer ao longo do ano. O que eu fiz para
ser uma pessoa melhor ontem? O que eu fiz para melhorar a vida de alguém hoje? O
que eu fiz para fazer do meu espaço um ambiente melhor para se viver mês
passado? O que eu fiz de bom para as pessoas que convivem comigo? Por ai vai. Não
da para deixar para resolver tudo no fim do ano, pode ser pouco espaço para
muitas intervenções. Não quero dia marcado para ser feliz, para ser pessoa,
para ser humana, para amar. Se tenho que viver hoje e amanhã, que seja fazendo
coisas. Um brinde ao hoje.
E você? O que
você está fazendo ao longo desse ano para ser melhor?
Links complementares: depressão de fim de ano/ Depre 2
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