29 de outubro de 2011

" VIVO UM TRIÂNGULO AMOROSO"


Quando comecei o acompanhamento para a cirurgia pela qual passei (sei que vocês não agüentam mais ler sobre isso aqui, adianto que o texto não é sobre a cirurgia, RSS) uma questão que começou a chamar minha atenção era que os médicos pediam a internação na sexta-feira e só iriam operá-lo (a) na segunda-feira. Isso me causava preocupação por duas coisas: família e internet. Sei que pensar em internet enquanto se está internado, prestes a passar por um procedimento cirúrgico pode parecer meio “idiota” e é, mas, quem tem um certo grau de vício em internet pode entender minha aflição diante da palavra “desconectada”.
Para passar os dias no Hospital sem tanto sofrimento, levei quatro livros, o celular com o fone de ouvido (ouvi inúmeras musicas). Li um livro e meio.
Como todos sabem eu sou formada em Letras e o que me levou a escolher a profissão foi minha paixão pelos livros, gosto que foi incentivado por minha mãe, e, por minha paixão pela língua inglesa, paixão também incentivada pela leitura, por letras de música. Houve tempo que eu conseguia ler doze livros por semana, uma média de até dois livros por dia (eu não tinha o que fazer, se é isso que estão tentando imaginar, RSS , a vida é minha, curiosos). Eu estava desempregada e entre a espera por uma nova oportunidade de emprego eu lia. Hoje, após internet, eu ainda leio muito, mas, abandonei os livros. Fiquei sete dias no Hospital, apenas um dia na UTI me impossibilitava de ler, mas, nos dias que se seguiram, não conseguia ler mais nada, minha cabeça estava voltada para a tecnologia, ora olhando os vídeos e fotos dos meus sobrinhos no celular, e chorando de saudade deles (apesar do meu jeito de sargento , delegada, que muitos insistem em dizer que tenho, sou uma manteiga em dias quentes, chocolate no verão em prateleiras de supermercado, derretida), ora pensando no que estava acontecendo na rede que eu estava perdendo (tenho Face, Orkut (meio abandonado mas, tenho) Linkdedln, Sonico, Badoo, MSN, Quepasa, Blog dãaa, tão obvio, RSS, tive My Space, não sei se ainda tenho, Hi5, etc, todos com a mesma senha para não esquecer). Inferno total, eu não conseguia me desligar, nem ler, e me recriminava por isso.
Todos os dias é o mesmo ritual. Acordo, ligo o PC e preciso dar uma olhada panorâmica em tudo. Leio o signo, RSS, o site da Globo, G1, para ver o que aconteceu no mundo enquanto eu dormia, o site da Uol, para ver alguma noticia que o G1 deixou de falar sobre, o site da revista Época, o Face, para ver as atualizações, os e-mails ( dois Hotmails, Yahoo, Gmail), o Blog, para ver o fluxo de visitantes e pronto,, começo o dia, bem por sinal, pois, sem isso, minha vida parece incompleta.
 Sim, eu sei que isso é vicio. Apesar de eu usar a internet de forma saudável: leio muitos artigos, procuro muitas informações de fontes confiáveis, não suporto jogos virtuais, não tenho aplicativos tipo fazendinhas, etc, não tenho saco para isso (nem para não isso, obviamente, RSS) não participo de comunidades, desligo o computador de vez enquando, RSS, o estar com a mente conectada me incomoda. Não sou o tipo de pessoa que troca as relações humanas pela máquina, mas, não sei estar sem a máquina.
Ano passado, no dia 23 de Dezembro, meu notebook pifou, meu marido deixou cair suco no PC. Pensem em uma pessoa desesperada. Coitado, não fez por mal, mas, não o perdoei. O PC tinha conserto, mas, não pude esperar. Isso foi as 22 hs do dia 23, no dia seguinte, por volta das 10 da manhã, já tinha outro note nas minhas mãos. Eu não conseguiria esperar o conserto, que ficou R$300, 00 (paguei R$ 1.789.00 no novo, o preço pela impaciência, pelo conectar-se).
Sei que muitas coisas estão acontecendo com a tecnologia, há inúmeras mudanças e inumeras ferramentas que colaboram direta e indiretamente com o desenvolvimento humano, global, mas, também criamos uma dependência horripilante por essas ferramentas.
Um exemplo disso é a atual febre pelo Face e Twitter, que eu também tenho e havia me esquecido de citar, RSS, as pessoas colocam de tudo nessas redes (ex: estou cagand…, saí para dar uma mijadinha, ou xixizinho, no caso das meninas delicadas, RSS, fui caminhar, hoje estou depre, não consegui trocar o pneu do caminhão em movimento, só tem ovo frito para mistura hoje, alguém ai tá cervido, sim, assim mesmo com C, de C´ (as pessoas não se intimidam em expor sua ignorância em rede, tudo pode, você se deparará com coisas tipo: fui para Rio Beirão Preto, sim, eu vi isso, e, “excrito” por uma pessoa muito jovem, que acabara de sair do ensino médio), tem também consulta on line com advogados (Dr, meu nome foi para o SPC, Serasa, por coisas que eu não fiz, me oriente, vixi nossa, da vergonha alheia) etc, etc. as redes são uma extensão da nossa casa, de nossa intimidade (tem pessoas sem noção, nunca ouviu a palavra etiqueta, bom senso, e, postam de tudo) e, essas manias vão entrando em nossas vidas. Expomos a família (tem uma foto em um dos meus contatos em que o pai da criança, de menos de três anos de idade, está colocando a latinha de Brahma na boca da criança, ele pode até sofrer um processo por isso com base no ECA, mas, parece alheio a isso, o que importa é expor que ele é descolado, expondo o filho).
Eu pareço musica da Alcione: meu vicio é você, meu cigarro é você, eu te bebo eu te fumo…MEU VÍCIO É VOCÊ
A evolução está me fazendo uma pessoa infiel, RSS, estu tendo um caso extraconjugal com o meu PC, e, sou gulosa, ainda flerto descaradamente com o Facebook (sim, sou casada, meu marido já se conformou que ele perdera espaço para o PC, e, já desistiu da queda de braço).
Tem a parte boa de tudo isso, os contatos que fazemos. Tem a parte ruim de tudo isso, como tudo na vida tem seu lado positivo e negativo (apesar que eu ainda não achei o meu lado negativo na internet, ou achei e não quero assumir?).
Para você, qual o lado positivo e negativo da internet? O que representa a conexão em sua vida?


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