Quando comecei o acompanhamento para a cirurgia pela qual
passei (sei que vocês não agüentam mais ler sobre isso aqui, adianto que o
texto não é sobre a cirurgia, RSS) uma questão que começou a chamar minha
atenção era que os médicos pediam a internação na sexta-feira e só iriam
operá-lo (a) na segunda-feira. Isso me causava preocupação por duas coisas:
família e internet. Sei que pensar em internet enquanto se está internado,
prestes a passar por um procedimento cirúrgico pode parecer meio “idiota” e é,
mas, quem tem um certo grau de vício em internet pode entender minha aflição
diante da palavra “desconectada”.
Para passar os dias no Hospital sem tanto sofrimento, levei
quatro livros, o celular com o fone de ouvido (ouvi inúmeras musicas). Li um
livro e meio.
Como todos sabem eu sou formada em Letras e o que me levou a
escolher a profissão foi minha paixão pelos livros, gosto que foi incentivado
por minha mãe, e, por minha paixão pela língua inglesa, paixão também
incentivada pela leitura, por letras de música. Houve tempo que eu conseguia
ler doze livros por semana, uma média de até dois livros por dia (eu não tinha
o que fazer, se é isso que estão tentando imaginar, RSS , a vida é minha,
curiosos). Eu estava desempregada e entre a espera por uma nova oportunidade de
emprego eu lia. Hoje, após internet, eu ainda leio muito, mas, abandonei os
livros. Fiquei sete dias no Hospital, apenas um dia na UTI me impossibilitava
de ler, mas, nos dias que se seguiram, não conseguia ler mais nada, minha
cabeça estava voltada para a tecnologia, ora olhando os vídeos e fotos dos meus
sobrinhos no celular, e chorando de saudade deles (apesar do meu jeito de
sargento , delegada, que muitos insistem em dizer que tenho, sou uma manteiga
em dias quentes, chocolate no verão em prateleiras de supermercado, derretida), ora pensando no que estava acontecendo na rede que eu estava perdendo (tenho
Face, Orkut (meio abandonado mas, tenho) Linkdedln, Sonico, Badoo, MSN, Quepasa,
Blog dãaa, tão obvio, RSS, tive My Space, não sei se ainda tenho, Hi5, etc,
todos com a mesma senha para não esquecer). Inferno total, eu não conseguia me
desligar, nem ler, e me recriminava por isso.
Todos os dias é o mesmo ritual. Acordo, ligo o PC e preciso
dar uma olhada panorâmica em tudo. Leio o signo, RSS, o site da Globo, G1, para
ver o que aconteceu no mundo enquanto eu dormia, o site da Uol, para ver alguma
noticia que o G1 deixou de falar sobre, o site da revista Época, o Face, para
ver as atualizações, os e-mails ( dois Hotmails, Yahoo, Gmail), o Blog, para
ver o fluxo de visitantes e pronto,, começo o dia, bem por sinal, pois, sem
isso, minha vida parece incompleta.
Sim, eu sei que isso
é vicio. Apesar de eu usar a internet de forma saudável: leio muitos artigos,
procuro muitas informações de fontes confiáveis, não suporto jogos virtuais,
não tenho aplicativos tipo fazendinhas, etc, não tenho saco para isso (nem para
não isso, obviamente, RSS) não participo de comunidades, desligo o computador
de vez enquando, RSS, o estar com a mente conectada me incomoda. Não sou o tipo
de pessoa que troca as relações humanas pela máquina, mas, não sei estar sem a
máquina.
Ano passado, no dia 23 de Dezembro, meu notebook pifou, meu
marido deixou cair suco no PC. Pensem em uma pessoa desesperada. Coitado, não fez
por mal, mas, não o perdoei. O PC tinha conserto, mas, não pude esperar. Isso foi
as 22 hs do dia 23, no dia seguinte, por volta das 10 da manhã, já tinha outro
note nas minhas mãos. Eu não conseguiria esperar o conserto, que ficou R$300,
00 (paguei R$ 1.789.00 no novo, o preço pela impaciência, pelo conectar-se).
Sei que muitas coisas estão acontecendo com a tecnologia, há
inúmeras mudanças e inumeras ferramentas que colaboram direta e indiretamente
com o desenvolvimento humano, global, mas, também criamos uma dependência horripilante
por essas ferramentas.
Um exemplo disso é a atual febre pelo Face e Twitter, que eu
também tenho e havia me esquecido de citar, RSS, as pessoas colocam de tudo
nessas redes (ex: estou cagand…, saí para dar uma mijadinha, ou xixizinho, no
caso das meninas delicadas, RSS, fui caminhar, hoje estou depre, não consegui
trocar o pneu do caminhão em movimento, só tem ovo frito para mistura hoje, alguém
ai tá cervido, sim, assim mesmo com C, de C´ (as pessoas não se intimidam em
expor sua ignorância em rede, tudo pode, você se deparará com coisas tipo: fui
para Rio Beirão Preto, sim, eu vi isso, e, “excrito” por uma pessoa muito
jovem, que acabara de sair do ensino médio), tem também consulta on line com
advogados (Dr, meu nome foi para o SPC, Serasa, por coisas que eu não fiz, me
oriente, vixi nossa, da vergonha alheia) etc, etc. as redes são uma extensão da
nossa casa, de nossa intimidade (tem pessoas sem noção, nunca ouviu a palavra
etiqueta, bom senso, e, postam de tudo) e, essas manias vão entrando em nossas
vidas. Expomos a família (tem uma foto em um dos meus contatos em que o pai da
criança, de menos de três anos de idade, está colocando a latinha de Brahma na
boca da criança, ele pode até sofrer um processo por isso com base no ECA, mas,
parece alheio a isso, o que importa é expor que ele é descolado, expondo o
filho).
Eu pareço musica da Alcione: meu vicio é você, meu cigarro é
você, eu te bebo eu te fumo…MEU VÍCIO É VOCÊ
A evolução está me fazendo uma pessoa infiel, RSS, estu
tendo um caso extraconjugal com o meu PC, e, sou gulosa, ainda flerto
descaradamente com o Facebook (sim, sou casada, meu marido já se conformou que
ele perdera espaço para o PC, e, já desistiu da queda de braço).
Tem a parte boa de tudo isso, os contatos que fazemos. Tem a
parte ruim de tudo isso, como tudo na vida tem seu lado positivo e negativo
(apesar que eu ainda não achei o meu lado negativo na internet, ou achei e não
quero assumir?).
Para você, qual o lado positivo e negativo da internet? O que
representa a conexão em sua vida?
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