LIVROS, O MUNDO NA PALMA DA SUA MÃO,

Eu sei que a maioria dos pobres mortais odeiam ler.

Eu, como adoro contrariar, não que eu não seja uma pobre mortal, adoro ler.

A leitura transporta a gente para uma realidade diferente, nos tira da realidade dura e crua, principalmente quando o gênero é romance ou ficção.

Além da questão da viagem ao mundo mágico de oz (brincadeirinha para descontrair) a leitura nos faz mais reflexivos, críticos. Uma pessoa que domina a leitura e a interpretação se comunica melhor, se destaca na forma de falar, articular o pensamento, expor suas idéias, tanto escrita como oralmente falando (dominar a língua, o oral é tudooooo, kkk). Ainda, por meio da leitura, por meio dos livros, você conhece os costumes de uma sociedade (quem leu Cidade do Sol e o Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini, passa a ter uma visão mais aprofundada da cultura, costumes, principalmente o lado escuro do regime Taliban e a forma com que as mulheres são tratadas naquele país e condições históricas e geográficas do Afeganistão).

Vou dividir com vocês nome de alguns dos melhores e mais envolventes livros que já li, contando os dois acima citados, quem sabe você, que não tem o hábito de ler, não se empolga.

Só peço que não cobrem relatos muito sóbrios, isso eu deixo para os livros, pois, alguns são arcaicos, apesar de belos.

Bom, como era de praxe e ainda acho que é, faz tempo que não entro em sala de aula, tive que ler os clássicos da literatura porque caia no vestibular, ninguém falava para você o quanto tinha de cultura em cada livro, então a gente lia, de qualquer jeito, decorava, porque caia no vestibular, assim conheci Dom Casmurro (a história enigmática sobre a traição de Capitu. A safada corneou o Bentinho, mas, fez o serviço tão bem feito que até hoje alguns estudiosos defendem a tese que não houve traição, mulher danada, kk), Machado de Assis está na moda depois que Woody Allen, cineasta americano, disse que o Machado é o cara, O Cortiço, de Aloizio Azevedo (uma obra interessante tanto pelo relato em si quanto pelo ponto histórico que mostra como foi se estabelecendo a população nos morros cariocas  (eu disse que ler é história, é cultura, kk), O Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance do maluquinho que amava o Brasil e a brasilidade e defendia a implantação da língua indígena, acho que o guarani, como língua oficial, Amor de Perdição e Amor de Salvação, de Camilo Castelo Branco ( chorei quando Mariana se jogou no mar, snifff), Lucíola, Senhora, O Ateneu, chega, vamos lightizar  (Le-se laitizar, kkk).

ClÁSSICOS QUE RECOMENDO: Os Maias, de Eça de Queiroz. Um belo romance que destaca o lado incestuoso do amor. Faz uma crítica sobre a sociedade de Lisboa.

Temos o Crime de Padre Amaro, obra em que Eça faz o que sabe com maestria, críticas a igreja católica. Padre Amaro se encanta pela jovem Amélia e então desenrola uma história de traições aos princípios morais da igreja. Amélia fica grávida de Amaro e tem o filho arrancado de seus braços e assassinado para ocultar o lado do padre, a dor faz Amélia perder a vida e o padre continuar sua maravilhosa vida vocacional. É uma crítica dura se compararmos os padrões da época, porém, carregada de significados. Uma sátira sobre a hipocrisia moralizante da classe burguesa de Lisboa, esse é o cenário da obra O Primo Basilio, que ainda destaca o lado moral, falando da traição. Fora esse li: A Cidade e as Serras e a Relíquia (também fala sobre religião e também fala de maneira crítica, contra a igreja), todos de Eça. Todos muito bons. Ahhhhhh, não preciso dizer que Eça é de Portugal né?

Um outro clássico da literatura universal é Anna Karenina, do escritor Russo Leon Tolstói. Um belo romance que além de o ensinar sobre a Russia de 1873, 1874, mostra o quanto as mulheres da época já eram capazes de se anularem por amor, a ponto de tragicamente sacrificar a vida. Li, amei e recomendo. Primeiro porque o Tol é o que há, segundo porque é um classico famoso, bem escrito, que vai lhe agregar conhecimento, terceiro porque a história de amor é lindaaaaa, ahhhhhh.

COMERCIAIS.

A Menina que Roubava Livros é imperdível. A morte vai contando a trajetória da menina, Liesel, que roubava livros. O primeiro livro que ela roubou a morte estava presente, pois, era do moço que enterrou o irmão da guria. Assim se sucede, a morte a espreita, durante todo o relato, mortes e mortes, inclusive dos mocinhos (na vida também é assim).

Temos a parte histórica que é a saga dos judeus procurando se salvar das garras dos nazistas, então você além de ter um passatempo interessante, que é o romance em si, você fica mais inteligente, pois, o processo histórico fica envolvido por uma película mais tênue, quando você menos percebe, fica dominando uma passagem importante da história da humanidade.

O Guardião de Memórias é um livro que me impressionou bastante. Um pai quando descobre que um de seus filhos, gêmeos, é portador de Síndrome de Down, pede para uma enfermeira descartar a criança. Começa ai um drama que destruirá um casamento, encherá as pessoas de mágoas profundas, de forma irreversível.

Não destaco nesse livro os pontos históricos, culturais, mas sim os pontos sociais, morais, psicológicos de um individuo. No aspecto social temos que destacar o preconceito, envolvendo a criança especial, os fatores sociais, morais, que levaram um pai a abandonar, negar, rejeitar um filho especial (é uma filha). Ainda temos que relacionar a vida do casal, envolvida na mentira, na deslealdade, na dor. Pronto, comprem, ou emprestem, ou aluguem o livro, vale a pena (eu li o da biblioteca da E.E Dr Osmar, que aliás tem um acervo ótimo, já li uns 200 livros de lá).

Continuo outro dia a saga dos livros preferidos.

Aceito sugestões. Dividam, emprestem seus comentários sobre os livros preferidos, ou o livro preferido.

 

Amostra de um filme, uma reeleitura de O Crime de Padre Amaro.