19 de maio de 2011

RELAÇÕES PERIGOSAS, O TABU DO ADULTÉRIO.

Nas minhas andanças pela net semana passada, deparei-me com um tema intrigante, desconcertante, ante, ante, etc… traição.
O primeiro foi um artigo no site da revista época, escrito por Ivan Martins, um colunista da revista (professor de português é fod.., tem um ímã para rimas, ta vendo, revista, colunista, íma, rimas) e fala, entre outras coisas, que a sociedade da um valor excessivo para a traição entre casais (tem traição entre amigos, colegas de escolas de trabalho). O texto está bem escrito, começa relatando sobre um livro, que narra sobre traição e foca o dia em que uma mulher, grávida, escuta o marido falar ao telefone com a amante (já imaginam o drama né, kkk,). O texto mostra uma reflexão interessante sobre nossa visão de valores. Sobre o quanto damos importância para a questão traição, quesito para muitos considerado inaceitável em uma relação, mas, ao mesmo tempo aceitamos que o companheiro seja assassino, corrupto, violentos (dentro de minha área de atuação, vejo mulheres que se dizem mãezonas, (zonas) se recusarem a entregar na justiça o marido que a violenta, às vezes, perto dos filhos. Que vão até meu trabalho pedir permissão para levarem seus filhos, às vezes um bebe ainda, para visitarem o pai na cadeia porque estava no tráfico, matou, violentou, mas se esse cara a trair, vixi nossa).
O outro tema foi uma reportagem completa, do jornal da Record, mas eu vi na net, sob o tema: relações perigosas (postarei os links abaixo para quem é curioso). Entre tantas coisas importantes e relevantes para se passar na TV, focaram o tema traição e mostraram coisas muiiiiiiiiiiiito interessantes como, por exemplo, estatística sobre qual estado lidera o hanking da traição, quem trai mais, o homem ou a mulher? E o caso dos detetives (popular bisbilhoteiro, intrometido, fofoqueiro, etc,) pagos para provarem o que já é obvio, que tem outro (a) na parada ( somos masoquistas, queremos ver para crer, chorar com a foto na mão, autoflagelar-se com a gravação, com os e-mails cheios de declarações).
A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas. Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá que saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... ou não (Pe. Fábio de Melo).
Todos nós sabemos que relações são coisas complicadas. Não defendo a traição, mas concordo com o colunista. Damos ao problema uma dimensão muito maior do que o tema merece.
Não sou a favor de deixarem temas como o enriquecimento ilícito de Antonio Palocci passar batido, sem uma nota de informação séria para a população, para passarem uma série de reportagem sobre traição conjugal, perseguição de detetive, flagrantes em motel. É ridíiiiiiiiiculo. Tudo bem, a TV é deles e eu posso escolher não assistir, mas, não custa reclamar.
Relacionamento é algo singular, pessoal. Suas complicações são inerentes ao ser humano. Somos complexos, imperfeitos, às vezes, irracionais, portanto, problemas nas relações creio ser problema de quem está envolvido. Ponto final (não acabei kk).
Eu tinha em meu Facebook um contato interessante. Um cara que se mostrava inteligente, culto, dono de um blog. Começamos a trocar informações “bloguescas” até o dia em que me deparei, fuçando no blog dele, que inclusive me recuso a mencionar, um post, ilustrado com uma espécie de folder, em que incitava o preconceito contra a mulher. Por caráter ético e revolucionário (revoltante, vomitante) não colarei a imagem aqui, apesar de estar na rede.
O post (o folder, uma espécie de propaganda que acho que ele queria que estivesse colado nas laterais dos ônibus, nos metros, etc) algumas frases machistas, que ele negou ser até o dia que eu o deletei, dizia para a mulher que trai: você será apontada na rua como vagabunda ( não tem machismo nessa frase, como fui capaz de julgar o coitadinho), seus filhos não terão respeito por você, terão vergonha de ti ( se isso não é preconceito, discriminação eu não sei o que é então). A pessoa jura não ser machista apenas detentora de “noção de moral e bons costumes”.
Não vou entrar em detalhes sobre o nojo que senti disso. Pior é ele dizer que não é machista e pior ainda dizer que o blog é voltado para o público masculino, ou seja, a visão dele, segundo ele, é o ponto de vista de muitos homens. Será apenas a mulher o alicerce de uma família?
Enfim, como sou uma pessoa que prefere a igualdade, deletei o moço, no meu ponto de vista não merecedor de meus respeitos.
Mas fico a imaginar, assim como o colunista que mencionei no começo do texto, porque as pessoas perdem e se perdem discutindo algo tão intimo de um casal?
Só a pessoa que vive, que convive, que partilha o casamento, o namoro, etc, sabe o real valor que esse tem para os envolvidos. Apenas quem está dentro da relação consegue mensurar o que o outro representa para outro (redundante). Quem está fora julga, mas só quem está dentro sabe avaliar.
Coitada, era perfeita dona de casa. Coitado do moço, tão trabalhador, bom pai, bom marido. Isso corre solto na fala popular, na radio pião. Mas o que sabemos da vida das pessoas?
Não vou soltar um viva ao adultério. Só acho que deveríamos ter aprendido a cuidar de nossas vidas com mais cautela, com mais cuidado, com mais seriedade ou a enfrentar o problemas de frente. Traiu, vamos sentar e discutir os estragos. Porque traiu? O que aconteceu? O que eu fiz de errado? O que ainda pode ser feito? Foi fraqueza? (mentira deslavada para omitirmos o desejo pelo próximo). Pronto, acho isso mais sensato, apesar de que a pessoa ferida não pensará em sensatez, que nos deixarmos ser levados pela ira cega e acabar cometendo atos que viremos a nos arrepender depois, principalmente se você não tem direito a prisão especial, porque nos acharmos proprietários exclusivos do nossos companheiros (ops, do nosso companheiro, kkk, olha eu indo para o plural, ahhhh, influência do tema).
Termino com o ponto de vista do autor, Ivan Martins, que, aliás, vem ao encontro do que eu penso sobre o tema (podem jogar pedras, kk): Minha impressão, resumindo, é que a gente lida com a traição de forma infantil. Queremos os outros só para nós, como as crianças querem só para elas os brinquedos ou a atenção dos adultos que amam. Elas não sabem que isso é impossível, mas nós deveríamos saber. Mas não. Resistimos a admitir emocionalmente que a pessoas que a gente ama têm outras dimensões além daquelas que nos dizem respeito. Outras relações. Eve, a personagem do livro, enlouquece ao notar que o marido discutia com “a outra” intimidades que não discutia com ela. Aí está: queremos o monopólio da atenção do outro. Sabemos que ele ou ela trabalha, que tem amigos, que conversa e troca ideias e sentimentos com outros. Mas não podemos ver essas coisas escritas num email. Nem podemos escutar uma conversa íntima do nosso parceiro que não nos envolva. Somos crianças? Talvez.

Sei que o tema é complexo e envolve formação cultural, religiosa, social. Também entra nas discussões questões religiosas. Mas o que vejo é questão egoísta, de posse. Pensamentos arcaicos sobre algo que deveria entrar nas discussões do casal com a mesma facilidade que nos pedem para procurar a cueca, que eu juro que está na segunda gaveta do guarda roupas, e ele jura que nunca viu cueca naquele compartimento (se eu for aí e achar vou esfregar na sua cara, kkk, eu esfrego mesmo,,,)
O que pensam? Vamos discutir o tema “adultério adultamente”?















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