Se você cresceu comendo comida caseira, andava de bicicleta sem capacete, sua casa não era à prova de crianças, você tomava uma surra se você se comportasse mal, tinha uma TV com 3 canais e tinha que levantar para mudar ou para mexer na antena, você fazia o juramento à bandeira na escola, bebia água da torneira, sofria bullying na escola e saía NORMAL, cole isto em seu mural para mostrar que sobreviveu.
Pronto, armou-se a tenda dos comentários. Foi só eu postar a frase acima no meu mural no Facebook para dezoito comentários bem humorados me trazer a idéia desse post.
De carrinho de rolimã a exótica refeição com “bunda” de formiga içá (aqui no interior o pessoal fala insá), ao saudoso programa Turma do Balão Mágico, com o Fofão, a Simoni, o Jairzinho a brincadeiras como: jogo de Betsy (bet, bete), caçada com estilingue, guerra de mamonas, etc, ganhassem nossas risadas e doces recordações.
Para quem não tem acesso ao meu Face, deixo aqui uma amostrinha das Pérolas: “bebia a água de um cano q tem no meio da praça em frente a casa da minha mãe....todo mundo ia lah pra "chupar " aguá! Ainda bem q só matou a sede!kkkkk, Susan”.
“Sem contar que algumas crianças comiam bunda de insá kkkkkkkk isso que nojo kkkkk, Ana”, ela era uma das crianças que comiam bunda da tal formiga. Minha vez: que nooojo.
“Tudo isso... guerrinha de mamona, estilingue, mãe da rua, polícia e ladrão, "bets" ou taco... rssssssss, Arthur”.
“A gente andava de bicicleta sem capacacete, sem joelheira, sem cotoveleira... pra falar a verdade, muitas vezes a bike tava até sem freio..., Kátia”.
“Gente eu sobrevivi a tudo isso e muito mais coisa, no carro q eu andava cinto de segurança, se exstia tava muito bem escondido, Patricia”.
Genteeee. Olha a lista: beijo abraço ou aperto de mão ou pêra, uva, maçã, (beijava ou não beijava? Hoje em dia não pode heim, da cadeia, assédio sexual, exposição da figura, atentado violento ao pudor, entra tudo na lista do estupro. Falo com conhecimento de causa). Amarelinha, pique esconde, dança das cadeiras, queimada (sem capacete, sem joelheira, com boladas na cara, na cabeça, no estômago. Lembro que a ponta do meu dedão do pé nunca cicatrizava, porque eu brincava de queimada no terreiro de secar café, no concretão brabo, o meu DNA ficava no tal terreiro toda semana).
Tinha outra coisa que gostávamos também e ninguém ligava que fizéssemos, nenhuma organização protetora dos animais nos pararam. Pegávamos vara de pescar (vara de pesca viu, éramos crianças, kkk) e ficávamos cortando o ar com elas, a noite, para matar morcegos.
Aprendi a cozinhar com uns oito anos de idade, o único mal que isso me causou é que descobri o prazer da comida, e fiz disso um vício.
Matavam porco, com uma facada certeira no sovaco do coitadinho, kui, kui, kui, e armazenávamos a carne do porco na lata de banha, aliás, essa banha servia para cozinhar também, minha avó tem oitenta e quatro anos, está lúcida, tem autonomia para ir e vir, ainda cozinha, não tem colesterol, ou seja, a banha de porco, a comida caseira, não faz mal, minha avó é prova viva. Ahhh, frango também se matava na hora, escolhia-se degolar o coitadinho, puxando o pescoço, até o bichinho se entregar, vencido, e ainda se “istribuxano”ou passava a faca no pescoço, ui, o sangue espirrava. Não me tornei uma assassina em série por ver essas cenas ( quer dizer, ainda não, eu sou nova, ainda tem tempo, kkk).
“mulecada” assistia o Jaspion. Leiam a descrição: salto de até 70m, soco de 300Kg, sua espada laser é capaz de atravessar uma chapa de aço com 2m de espessura! Nunca ouvi dizer que éramos violentos porque assistíamos Jaspion.
Enfim, muita prosa. Mas tudo isso para dizer que sim, sobrevivemos. Se eu estou aqui falando sobre o tema é óbvio né, dã, kk.
Trabalho na defesa dos direitos da criança e do adolescente, mas, tem direitos que deveriam ser básicos para as crianças hoje em dia e muitos pais, encucados com coisas das quais somos provas de que não matam, não deixam efetivarem.
Brincávamos na terra, fazíamos pocinho com colher (a mesma da cozinha, que comíamos, afinal, para que existe água?) e vejo meus sobrinhos, coitados, não podem brincar na areia, na lama, no barro, não podem, pois, suja. Não podem pegar uma fruta no pé e comer sem lavar (muitos de nós esfregávamos a fruta na manga da camisa, dava aquela lustrada, e mandava, tínhamos um verminho aqui, outro ali, tomávamos Licor de Cacau Xavier (acho que é assim que se chamava, ou chama kkk), se o caso era anemia, um Biotônico Fontoura era comprado para todos, lembrando, tinha, ou tem, álcool na composição,,,ninguém marcava nada. Se o caso era piolho, da-lhe baygon (venenão de matar barata, kkk). Embebia a cabeça da criança no veneno, amarrava um pano, para o veneno fazer mais efeito, e o coitado do piolho, e da criança, porque o veneno era forte e fedia para caral…e depois, lavava com sabão mesmo, olha lá se não fosse sabão caseiro, pura soda.
Falando em bullyng, professor descia o “pau”, régua e apagador eram usados como ferramenta para “educar”.
Tabuada e verbos, todos decorados, tinha chamada oral (é isso mesmo, oral, kk). Diretora, diretor, inspetor, etc, etc, entravam na sala, todos de pé: bom dia senhor (a) fulano (a), uiiiiiiii. (até final da década de 80 tinha isso. Não é por nada, só para esclarecer que somos jovens ainda, kk).
Nada de geração Coca Cola, somos da época em que o proibido era não ousar. Caímos de pé, comíamos a abelha ao invés do mel (brincadeirinha), germes complementavam a alimentação, kkk, e, por mais incrível que possa parecer, sobrevivemos.
Manifesto abaixo a frescura. Deixem as crianças serem crianças.
Divido o post para dividirmos histórias. Partilhem conosco suas brincadeiras, aventuras e estripulias, que, ao invés de os matarem, os fizeram pessoas “normais”, felizes, dentro de sua singularidade.
Posto uma síntese de nossa história:
AS IMAGENS DO POST FORAM EXTRAÍDAS DO GOOGLE.
Nossa quanta coisa faziamos e estamos aki
ResponderExcluirjovens, firmes e fortes...(td bem nem tão jovens assim), porfém vivos. Lembro de quando criança eu, minhas irmãs e primos iamos passar as férias na fazenda na casa da vó (coitada da vó), aquilo sim era diversão, ser criança, iamos nadar no rio ( as vezes descia cobra, mas nunca ninguem foi picado), brincávamos de esconde esconde no curral( as vezes as vacas chegavam e ainda estávamos brincando, ninguém nunca se machucou por isso) desciamos uma ladeira dentro do pneu de trator q só parava qdo batia numa casinha q num morava ninguém, e olha gente, estamos aqui. Há algum tempo atrás eu,minhas irmãs e primas estávamos falando sobre nossas brincadeiras, e ai minha irmã falou, nossa a gente ficava o dia todo fora, brincando com coisas q ninguém nem tinha ideia que era perigoso, e o q é pior se tinha nem ligavam, nem ia nos procurar, e tivemos o seguinte pensamento - " nossa será q alguém gostava da gente". Claro foi apenas um cometário de brincadeira, mas com certeza eles gostavam muito da gente, afinal nos permitiram que fóssemos crianças realmente, q brincava na inocência e sem malícia... " Tempo bom não volta mais saudade quanto tempo faz.... Gente ia me esquecendo alguém já atravessou o rio na pinguela sem apoio pra ajudar a equilibrar...kkkk. E como todos estçao percebendo estamos vivos.
"essa da pinguela é boa, havia me esquecido disso. Os pais não nos acompanhavam para irmos a escola. No meu caso, estudei em escola rural, saímos várias crianças juntas, primos, primas, vizinhos vizinhas, cortando pastos, com gado, às vezes bravos, soltos, e iamos, passando, se escondendo, passando "pinguelas", e boa, sem neuras.Isso desde o primeiro dia de aula, kkk, ai que trauma".
ResponderExcluirPor falar em pinguela, lembrei-me da banguela quando a nossa turma (meninos e meninas, inclusive)descíamos aquela ladeira de bicicleta.
ResponderExcluirMuitos tombos, joelhos e braços ralados..rs
Carpir terrenos baldios para fazer campinho de futebol. À noite, percebíamos as canelas inflamadas com duas presas de picada de aranha....rs
Bolada na vidraça, correria, para fugir, era sem intensão e dava um medo danado...rs
Bulling??? Meu apelido era "coeio". Tinha os dentes da frente parecidos com um coelho...rs Nunca me doí por isso, até retribuía com outros muitos apelidos e só coloquei aparelho pq o dentista era nosso amigo....usei a tal ferradura por longos 6 anos. Quando levava bolada na boca, assustava o pessoal no futebol, pq sangrava legal e eu fominha, não queria parar o jogo...rs
Essa vida ja foi muito boa...rs A vida era sensata.
Tínhamos um time de volei bem estruturado na escola. Jogávamos praticamente o dia todo. Uma vez lotamos uma caravam do professor, fomos em 12 jogar em Lençois e ganhar lá.
Anos mais tarde, me lembro que o Maurício (ele jogava para Jaú e fora jogador da seleção + tarde) ía assistir nosso treino e até batia uma bolinha as vezes). Nessa época a altura da rede começou a ficar muito alta para minha estatura, de cortador, passei a levantador e fui desanimando.
Meus pais não tinham a cultura que hoje permite a nossos filhos fazer um tratamento para ganhar alguns centímetros de estatura.
Enfim, o tempo passou e estamos nós aqui, falando daquilo tudo com saudade...
Não me sinto sensato nesse mundo de hoje, onde muito é maldade, muito é dor.
Divertíamos com a desgraça.
A desgraça de hoje é a maldade, o vício, o mundo globalizado, coca-cola, mackdonald's e outras porcarias mais.
Obrigado Lú por despertar esse lado bom de nossas vidas...
Ontem, 01/05 perguntei para minha mãe se eles não se preocupavam em nos deixar sair quilometros sozinhos para frequentarmos a escola. Ela me respondeu que sim, que cada vez que saíamos ela ficava com o coração na mão, ou seja, se preocupava, mas não faziam mais que ficar com o coração na mão, deixavam a vida seguir seu curso. Eu, pelo menos, nunca soube de alguma criança na redondeza de onde eu estudava que fora estuprada, espancada, etc, existia a segurança da confiança para os pais, hoje, o bandido está dentro da escola. Gostei do Silvio ter trazido o lado urbano para a discussão, a quebra das vidraças, os times de volei (aposto que os pais de vocês não precisavam assinar termo de viagem, autorização, para vocês acompanharem o professor, na caravam, rss, simplesmente se ia, se confiava e se acontecesse alguma coisa era tratada como acidente, o professor não seria preso por sequestro, negligencia, etc)Obrigada.
ResponderExcluirAdorei ler todos os comentários Luzzy e me lembrei de quando eu andava de carrinho de rolimã, era uma delicia e quantos foram os tombos, jogar queimada, "bet/betes/?", bloqueávamos toda a rua e impedia os carros de passar e ficava-mos bravos quando nós impediam de brincar ali devido ao perigo que estávamos correndo, rsrsrs estamos aqui vivos e felizes, acredito que temos de viver cada momento como se fosse o ultimo e só se arrepender do que não fizemos ainda.
ResponderExcluirObrigado pelas lembrança de atitudes que completam uma vida de uma ex-criança que sobreviveu a todos os desafios da vida e que ainda sente saudade dos tempos de quando não existia tantas preocupações e responsabilidades a serem cumpridas! :Um grande abraço!
É sempre tão bom lembrar da infância...agradeço a Deus por ter nascido qdo nasci, com tanta inocência até por volta dos 15, 16 anos.Qta chuva tomei na ru...brincando em enxurrada(não sei se é com x...kkk)a gente apostava quem aguentava mais com o pé descalço no asfalto quente...tive vizinhos ótimos q tinham ideias geniais...sem contar nas ideias do meu irmão, q pra quem conhece, jah pode imaginar como será q estamos vivos até hj...kkkkk. Ai quanta Saudade!Susan
ResponderExcluirAFF...VC ME FEZ LEMBRAR DOS GIRINOS,E NÃO DE PÉROLAS.É ISSO MESMO,GIRINOS QUE NOJO IECA...
ResponderExcluirINOCÊNCIA MISTURADA COM IGNORÂNCIA KKKKK
OLHA AMIGA PIOR QUE COMER BUNDA DE IÇA,E ENGOLIR GIRINOS VIVOS ACREDITANDO SER FILHOTES DE LAMBARI..E QUE DEPOIS DE ENGOLIR VÁRIOS GIRINOS(FILHOTES DE LAMBARI)NADARÍAMOS IGUAL A UM PEIXE,ENTÃO IA NA MINA DA FAZENDA E ENCHIA A BARRIGA DE GIRINOS.MEU DEUS MEU ESTÔMAGO SE ENCHEU DE RÃ E SAPOS AINDA BEM QUE NÃO MORRI,MAS TBM NÃO APRENDI A NADAR ATÉ HJ KKKKKK
VAMOS DIZER A VERDADE AMIGA,O QUE FIZERAM COMIGO FOI MALDADE NÉ.BJS
COMER ENGOLIR GIRINOS E COMER BUNDA DE FORMIGA IÇÁ É P/ ACABAR O PEQUI DE GOIÁS. O LEGAL DE TUDO ISSO É TERMOS SOBREVIVIDO, RSSS. EU SEMPRE FUI ENTOJADINHA, NEM LEITE DE VACA MALHADA EU TOMAVA, ESSAS COISAS QUE VCS CITAM,IÇÁ, GIRINOS, NEM QUE ME PROMETESSEM O MUNDO ACHO QUE COMERIA, MAS MEUS TIOS COMIAM CARNE DE POMBINHAS, RSS, DESDE AQUELA ÉPOCA, COMEÇO FIM DOS ANOS 70 COMEÇO DOS 80 ELES JÁ ERAM CHEGADOS NUMA POMBA, RSS, COMIAM CARNE DE LAGARTO, TATU, CAPIVARA (HJ ISSO NÃO PODE MAIS), PERDIZ, RSS, TUDO QUE ELES ACHAVAM QUE O ESTOMAGO ACEITAVA COMIAM, ACREDITA QUE SÓ EU FIQUEI GORDA, ACHO QUE DE CERTA FORMA AS TRANQUEIRAS QUE COMERAM ERAM EMAGRECEDORAS E EU NÃO SABIA, KKK, TOMEI, RSS.
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