Bom, novamente de volta após um inicio de ano preguiçoso,
“desmotivante” e, para continuar nesse clima depressivo uma postagem para lá de
depressiva, rss.
Uma matéria nos sites de notícias informa-nos que a
britânica Alice Pyne viera a falecer.
Alice era uma jovem de dezessete anos, diagnosticada com
linfoma de Hodgkin aos 13 anos, que, infelizmente viera a perder a batalha para
a doença (Lista da Alice). Ok, eu sei que nos deparamos com essas tragédias da vida real todos
os dias, mas, o que me faz escrever a respeito é que quando soube que não
venceria essa injusta batalha ela decidira fazer uma lista de coisas que
gostaria de realizar antes que o fatídico dia chegasse.
Sei que vivemos em uma era do agora ou nunca, tenho que ser
feliz a qualquer custo, nem que para isso eu precise subir na gilete e comer
lagosta com navalha (vai que é chique, rss), na era dos amores efêmeros, do
salve-se quem puder, mas, duas coisas me chamam à atenção nesse episódio:
primeiro, como é saber que estas marcado para morrer? Segundo: o que eu colocaria
em minha lista pré-morte? Isso se eu sobrevivesse ao choque da notícia. Eu sou
extremamente ansiosa, não sei se meu emocional, meu psicológico agüentaria essa
situação, eu morreria antes do prazo não por causa da doença terminal, mas,
definhada por minha mente.
Como resumir tantos sonhos em tão pouco espaço de
tempo (apesar de não sabermos mesmo quanto tempo temos, mas, o não saber, o não
ter uma arma apontada para nossa cabeça passa a sensação de sermos eternos, que
certamente passaremos dos noventa e quando lá chegarmos, reclamando que não
fizemos nada da vida, que a vida passa rápido demais, se tivermos sanidade
mental, pediremos uma esticadinha)? Como definir o que realmente é importante
guardar nos últimos dias de nossas vidas quando nos julgamos cheios de
possibilidades?
Sinceramente não consigo (talvez por não estar diante do
problema) pensar em que eu queria fazer antes de partir.
Uma das coisas que certamente entraria na lista seria a
mudança para a casa dos meus pais para tentar eternizar cada minuto ao lado dos
meus dois sobrinhos, de minhas duas irmãs e de meus pais, que são pessoas
simples, porém, de corações imensos. Minha mãe, mesmo sofrendo (eu sou uma boa
filha gente, rss) me colocaria o céu na terra para eu ter dias felizes, mas,
como reagir a isso? Como se empacota momentos? Como capta sutilezas, sorrisos,
cheiros, lágrimas?
Uma coisa eu sei, pediria pudim de padaria (aquele com massa
dura, de farinha, que vem coco e queijo ralado) doce de abóbora com coco, todos
os dias (eu iria engordar de novo o que já eliminei, mas, quem se preocupa com
isso nessas horas?) Tomaria vários banhos por dia para usar meus perfumes
preferidos (Lady Million, Paco Rabanne, Rouge Royal, Marina de Bourbon, Glamour e
Coffee, do Boticário). Como enraizar em si as melodias preferidas (Summer Wine -
U2 e The Corrs, I Won’t Give Up - Jason Mraz, Aqui - Ana Carolina)? O cheiro das
pessoas queridas, os poemas, as cores?
A adolescente pedira viagem para o continente africano.
Tenho sonho de fazer um intercâmbio, talvez Canadá, talvez Austrália (confesso
que além das questões de despesa o que me vem na cabeça quando penso em me afastar de
meu país é o medo de acontecer algo com alguém de minha família e eu não
estar por perto, não sei como reagiria ao receber a noticia de que alguém que
amo morrera, se acidentara e eu a milhares de quilômetros,
impossibilitada de me despedir, de dividir, compartilhar a dor com as pessoas
que amo (deu para perceber que minha família é meu ponto fraco né, rss,
principalmente quando o familiar é meus dois pequenos).

Enfim, parei, rss, chega desse assunto depre. Só queria
compartilhar essa sensação do listar desejos, às vezes, simples, que passam por
nós mas, que ao sabermos que não poderão mais serem realizados podem ter uma
dimensão imensurável.
Será que é possível condensar os sonhos, compactar desejos?
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