Ultimamente ando focada nesses assuntos: autodefinição, autoconhecimento,
que palavra nos define, que música nos define.
Hoje, para variar não vai variar, vou continuar nesse
assunto, mais especificamente na teoria de que somos muito dentro de uma única
pessoa.
É estranho pensarmos nessa possibilidade da multiplicidade
do eu, logo eu que gosto tanto de ser singular, mas, se pensarmos bem, somos
várias pessoas ao mesmo tempo ou em tempos diferentes (nossa, devem estar
pensando, a pessoa ai ta doidona, rss). Vamos vomitar o pensamento (eca).No meu trabalho eu, Lu, geralmente sou muito focada,
extremamente perfeccionista, responsável, me cobro o tempo todo para dar o
melhor de mim profissionalmente (disse geralmente porque, se vocês tivessem a
equipe de trabalho que eu tenho vocês saberiam que essa tal concentração que eu
digo ter, às vezes, é quebrada por alguma tonteira, uma gafe, uma palavra
errada, divagações, momentos lúdicos, psicoterapêuticos (quando estamos
sozinhas e o trabalho está light, temos tempo para uma consultar a outra
espiritualmente, emocionalmente), momentos de total doideira).
Na vida pessoal
eu sou quase relaxada. Cuido da minha saúde quando sou obrigada, detesto exercícios
físicos (nem todo mundo nasceu para ser médico endocrinologista, nutricionista,
personal trainer, rss, essas são minhas desculpas básicas), só depois da
cirurgia bariátrica comecei a me policiar quanto a uma alimentação mais
saudável, sou meio preguiçosa para vida social. Na vida social gosto de pessoas
simples, mas, glamorosas, rsss, não gosto de me arrumar para ir a lugares
simples, não gosto de quermesse, por exemplo, acho uma festa muito normalzinha,
gosto mesmo do fervo das boates, música eletrônica, mas, não freqüento muito
esses lugares porque o marido não gosta e fico sem jeito de ir sem ele, apesar
de ser absolutamente normal a diversão ser individual. Diante de meu gosto meio
“diferente” já que a maioria da minha turma gosta de show sertanejo,
quermesses, fico em casa. Na vida familiar eu sou a cabeça da ninhada. Todas as
decisões importantes da família passam por mim (não porque eu quero que seja
assim, é porque me elegeram a tutora da família), o que faz com que eu precise
ter muita responsabilidade.
Tudo isso para vocês pensarem: vai ficar falando só de si. Não
é a intenção, apesar de eu ter feito uma propaganda enorme sobre mim. É só para
ilustrar que, dependendo da ocasião temos que nos revestirmos de
características diferentes. Sim, sei que você já sabe disso, mas, a questão é
outra. A questão é: de qual “carapuça” dessa a gente precisa mais ou qual
característica gostaríamos de adotar com mais freqüência?
Tem momentos que uma Luziane briga com a outra, por exemplo,
quando quero cobrar das pessoas que estão a minha volta a mesma posição
profissional que eu trouxe para minha vida (meu marido, por exemplo, é uma pessoa
tranqüila, despreocupada, liberto de grandes aspirações profissionais, ele quer
apenas viver, eu me incomodo com isso, apesar de saber que preciso respeitar o
jeito de ser dele). Eu tenho completo horror com atrasos. Se agendarem um compromisso
para mim as nove horas, podem estar certos que, as nove horas eu estarei no
local combinado, e, eu me estresso com quem não sabe cumprir horários. Se me
pedirem um favor, um marcarem um compromisso, para eu deixar de faze-lo, de
comparecer, só se acontecer algo muito grave, e, mesmo assim, vou procurar uma
forma de avisar sobre a impossibilidade, mas, essa é uma característica minha,
não sua, e, eu gostaria de não levá-la para outras instâncias, rsss.
Eu gostaria de ter em primeiro plano a características da Lu
que fica em casa, mais relaxada, mais zen (zen muitas preocupações), porém,
sinto que há um exercito de diferenças lutando em mim, cada uma querendo
aparecer mais que a outra.
E você, seguindo o que diz Luiz
Alberto Py “ Eu costumo dizer que cada um de nós é um grupo de pessoas.
É como se fosse uma Assembleia Legislativa que tem vários partidos, tem a
oposição, o governo, esquerda, direita, os rebeldes... Está tudo
permanentemente em ebulição dentro da gente” saberia me dizer quem és? Quais
“eus” falam mais forte em ti? Consegues se autodefinir com precisão?
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