"Bom, como hoje, 23 de Agosto, estou sem “nádegas” importante para fazer (ultimamente o Facebook me tira muito do meu tempo livre, rss) resolvi compartilhar o problema que havia mencionado com vocês no ultimo post, Ausência.
Pelo que vocês devem ter percebido eu tenho sérios problemas com a balança (e sérios problemas com a motivação para curtir (vicio do Face) uma academia, rss), problemas esses que me levaram a decidir por uma intervenção cirúrgica chamada gastroplastia (conhecida por cirurgia bariátrica).
Tenho problemas com peso desde criança (não faz tanto tempo assim, rss) e, também na adolescência, apesar de ter passado boa parte da infância e adolescência cercada pelos tais produtos naturais e orgânicos (como os “frescos” denominam os produtos da roça, sem mediação venenosa (agrotóxicas)).
Tive uma infância tranqüila, cheia de brincadeiras, cheia de coisas saudáveis e sem pães, sem doces (às vezes, doces caseiros, que eram raros porque minha mãe nunca fora uma cozinheira prendada, rsss, ahhhh ela não tem acesso ao blog), sem bolachas recheadas, sorvetes, pizzas, lanches (ficaram com pena né, rsss? Deixa eu explicar: morávamos longinho da cidade, não dava para ter acesso a essas coisas tanto quanto gostaríamos, Graças a Deus, rss), mesmo assim nunca fui uma criança magra.
Quando cheguei à adolescência uma médica chamara à atenção do meu pai para o fato de possivelmente eu ter problemas na glândula tireóide, meu pai, dentro de sua simplicidade deve ter achado que tireóide era o nome de algum meteoro, rsss, ele não deu importância ao fato e, fui levando a vida, engordando, mesmo mantendo uma vida ativa.
Para uma adolescente ser fora do padrão de beleza exigido pela sociedade não é fácil. Você pode ser indispensável no grupo por ser inteligente, engraçada, boa companhia, a amigona para todas as horas, mas, na hora da paquera, você não será notada, mesmo que o carinha tenha interesse por você (o que diriam os amigos se o vissem com um colchão amarrado pelo meio, rss). Se hoje sei lidar com esses problemas, naquela época (estão curiosos para saber minha idade néh, que feio, cambada de mau educados, rss) essas atitudes, de rejeição, desprezo, que podem parecer coisa pequena para quem não passa pelo problema, era algo que marcava, machucava.
Para entrar nos padrões, “alucinada por um rapaz que eu achava que não me amava por eu ser gorda” comecei a saga com os malditos remédios para emagrecer (quem se gaba de nunca ter usado drogas, mas, tomou remédio para emagrecer, precisa cair a real). Com apenas dezessete anos, os malditos remédios não me deixavam dormir, quase fiquei retida no ano letivo porque eu viajava para Marte quando estava na escola, passei a ter crises nervosas que me deixavam com ímpetos assassinos, tinha mãos trêmulas, boca seca, e a felicidade de estar entrando nos padrões, mesmo pagando com a saúde e minha sanidade mental (continuava sem o cara, rss).
Consegui emagrecer e manter o peso por uns quatro anos, engordei novamente, mesmo trabalhando pesado em uma fabrica.
Passei pela loucura dos remédios quando eu me apaixonei novamente por um norte americano, (minha saga era ser gorda, emagrecer por paixão, engordar com as despaixões).
Um pouquinho mais velha e cansada de dar murros em ponta de faca, já casada, e ainda gorda, decidi direcionar minha vida para coisas mais produtivas. Me voltei para os estudos e para meu crescimento profissional. Sempre estudei muito, sempre li muito. Essas coisas me mantiveram na sociedade, na roda de amigos (sempre tive muita sorte nessa área, sempre estive bem acompanhada, sempre estive rodeada por pessoas maravilhosas, que me fizeram me sentir especial, mesmo nas adversidades). Mas, precisava de algo a mais para me sentir feminina, mulher, procurei a fila para a bariátrica.
Sei que muitos de vocês podem achar fútil buscar emagrecimento a qualquer custo, mas, na verdade, obesidade é como deficiência, você nunca é visto dentro de suas competências, principalmente se você é mulher. O preconceito é forte mesmo para quem como eu (lá vem a rasgação de seda) consegue se impor na sociedade e se fazer respeitada pela sua intelectualidade, imponência, simpatia, alegria, agradabilidade, carisma, rss (ficou linda essa frase).
Não sou hipócrita e não vou dizer que a estética não tem peso na minha decisão, sim, tem, um peso forte. Apesar de eu ser uma pessoa de bem com a vida, instruída, ter uma familia linda, amigos espetaculares, sempre bate a neura do querer se sentir mais feminina, aceita na sociedade, estar dentro dos padrões, pois, fora deles é exclusão total.
É complexo o assunto. O fazer a cirurgia é uma decisão difícil (são inumeras consultas, exames, reuniões). O importante de tudo isso é que decidi fazer a cirurgia por mim, para mim, não estou apaixonada (aleluia, rsss).
É um processo difícil, da escolha a preparação, mas, estou consciente da escolha que eu fiz.
Conto para vocês depois quando será a cirurgia (espero que daqui uns vinte dias) e, os deixarei seguir minha recuperação, o passo a passo do tratamento pós.
Conto para vocês depois quando será a cirurgia (espero que daqui uns vinte dias) e, os deixarei seguir minha recuperação, o passo a passo do tratamento pós.
Procuro acreditar que nada na nossa vida acontece por acaso. Essa frase me da coragem, pois, creio que Deus interviria se ele achasse que eu teria problema, ainda intervir. Que seja feita a vontade dele.