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FONTE/REVISTA ÉPOCA. |
Uma matéria no G1, da Globo, me deixou com ímpetos (ui,rsss) de escrever uma matéria séria, sobre os homens (não tinha um assunto melhor, alguém poderá perguntar? Sim, tinha, mas, calma, o assunto é interessante, apesar que vou puxar o saco de alguns homens, isso é bom não é? Só os homens respondem, por favor, rss).
A matéria fala de homens, que de repente, se tornaram os únicos responsáveis pela educação dos filhos (o artigo AQUI cita apenas casos em que as mães das respectivas crianças morreram, mas, há outros casos em que os homens andam assumindo seus postos de “pães” muito bem).
Trabalho com crianças e adolescentes e, obviamente, com famílias, e vi nesse ano crescer o número de homens que comparecem no Conselho para ajudar na mediação dos problemas com os filhos. Em um dia inédito, rsss, tivemos cinco casos em que os pais compareceram no atendimento, em três deles, sozinhos com os filhos, pois, suas esposas estavam trabalhando. Isso, no meu humilde ponto de vista, é o reflexo da atual sociedade e sinal de que os homens, se não mais responsáveis em relação à educação dos filhos, mais conscientes do novo papel que a mulher está assumindo na sociedade (prefiro a primeira hipótese. PAIS QUE CUIDAM).
Sabemos que as maiorias dos homens, mesmo quando bons pais, não se dedicam muito a detalhes básicos da educação e cuidados para com os filhos porque delegaram (não sei baseados em que) a tarefa para as mulheres, mesmo quando essas também trabalham fora. No meu trabalho, por exemplo, ainda impera o machismo nessas questões e, como profissional, assumo que em muitos casos somos coniventes com a situação. Dificilmente nos encaminhamos até o local de trabalho dos pais, dos homens, para que esses acompanhem os problemas que os filhos apresentam, a primeira pergunta quando falam que há um adolescente para ser acompanhado na delegacia, por exemplo, é: a mãe está acompanhando? Não sei também se isso é instinto de proteção, uma vez que, os homens tendem a reagir com mais violência nessas questões, já querem partir para a pancadaria (é brincadeira, obviamente, e não costumo nivelar os comportamentos, sei que todo caso tem exceção). Essa mesma pergunta é repetida quando somos acionados pelo Hospital, escola (estamos tentando trocar essa fala por: tem algum responsável acompanhando? Assim colocamos o pai no pacote).
Porém, entre altos e baixos sabemos que a situação mostra mudanças (ELES QUEREM FILHOS, ELAS NÃO). Hoje é comum vermos os homens levarem os filhos para a escola, por exemplo. No trajeto para o meu trabalho, na Avenida, sempre me deparo com um senhor dando voltinhas com o neto. É uma criança de aproximadamente dois anos de idade. O avô aparenta ter muita satisfação com a nova tarefa (sei, estamos falando de pai, mas, o avô é pai, e, acho interessante a mudança de cultura, ver um homem na idade dele, aparentando uns setenta anos, cuidando, zelando de uma criança, coisa não muito comum na juventude desse, o homem mostrando seu lado protetor, afável, afetuoso).
Meu pai, por exemplo, é um grande homem. Uma pessoa muito simples, que teve poucas oportunidades na vida, porém, uma pessoa muito justa, muito honesta, muito carinhosa, mas, sinto que a forma dele demonstrar carinho mudou nesses últimos anos. Ele nunca deixou faltar o básico para as três filhas (para infelicidade do meu pai ele e minha mãe só tiveram filhas, imagina o sofrimento dele quanto junta as três mais minha mãe falando no ouvido dele. Tenho dó, rsss) porém, era carinhoso a distancia (meu pai descobriu a educação ead, rsss). Hoje sinto que ele se deixou moldar pela figura do homem mais participativo na vida familiar, mais interativo. E, sinto que o modo dele ver carinho e educação familiar vem se modificando com a chegada dos netos. Hoje meu pai se permite brincar com os meninos (não acreditem que os meninos falam menos ou dão menos trabalho, rss), se for preciso ele os leva na escola, no médico, arruma as refeições deles, compra coisas desnecessárias, canta junto com eles, le histórias (apesar que tem coisas que eles fazem meu pai fazer por espontânea pressão, rss) coisas que meu pai não fazia para nós.
Assim como meu pai, sinto que os homens estão se deixando ser pai de uma maneira mais próxima, mais interativa (muitos sabem trocar fraldas, mesmo com merdinhas, rss, eca, dar banho, sabem medir a temperatura da água para esse banho, arrumam os filhos, dão mamadeira, passeiam, etc)
Não é obrigação. É dever, direito e generosidade acolher os filhos.
Acho que nesse dia dos pais temos coisas boas para comemorar.
Quero pedir as mulheres um voto de confiança e deixarem (apesar do ciúmes e da mania de achar que ninguém cuida dos filhos como nós, mulheres) os pais serem pais. Vamos abraçar a experiência de deixá-los amar os filhos da maneira deles e convidá-los a ver os filhos crescerem, falarem as primeiras palavrinhas, a escreverem as primeiras palavrinhas, apesar das confusões que você possa ter com esse pai enquanto esposa, amásia, ex esposa, ex amásia, ex amante, ficante, fincante, etc…