A DOCE MAGIA NO MUNDO DA "GARATUJA".

ANDÉE

Tia Lú? Eu inocentemente, fala querido: tia Lú, eu to com vontade de comer uma cetinha (para tudo, pensem na minha cara de espanto, hãaaa, ele só tem cinco anos). Você está com vontade de comer o que? Uma cetinha tia Lú. Tia de primeira viagem, que ve os sobrinhos duas vezes na semana, foi dificil eu entender e me lembrar que meu sobrinho, apesar dos cinco anos de idade, não consegue pronunciar o S entre consoantes (por isso escola é icola, costa é cota etc...), assim como não consegue pronunciar o R junto a outra consoante, o que faz com que ele pronuncie "errado" o próprio nome. Como é seu nome? Ele, sorrindo responde: Andéee, rsss. Onde ele coloca o R de André eu não sei e, se vocês ousarem dizer eu os processo. Voltando ao caso da cetinha, calma gente, o menino não é um tarado mirim, o que ele queria era um doce, que vem em uma casca para sorvete, em formato de CESTINHA, que contém, entre outros ingredientes, uma camada de chocolate (não é tarado mas, é chocólotra, rss).

Conto esse fato para ilustrar a doce magia que é viver, conviver, com crianças a sua volta.

NÍCOLAS/ANDRÉ

Costumo dizer para as minhas amigas que cursaram e cursam pedagogia, e são muitas, que eu não as invejo profissionalmente em sala de aula, pois, se não é fácil lidar com uma criança (elas são agitadas e curiosas por natureza, afinal, querem desvendar o mundo a sua volta) imagina vinte, trinta crianças em uma sala, porém, eu admiro a ciência pedagogia. Se eu estou a escrever esse texto é porque alguém teve a paciência de me ensinar palavra por palavra, apesar das dificuldades que é exercer a profissão de educador (e se você o está lendo, independente de sua profissão ou classe social, você também teve uma pedagoga em sua vida(se você é casado com uma você ainda tem uma pedagoga em sua vida, aí eu só tenho a lamentar, rsss, não deve ser fácil,rsss). Uma amiga pedagoga disse que meus sobrinhos estão na fase da garatuja (já comecei a maquinar uma forma de processá-la. Os meus sobrinhos são pobres, afrodescendentes, pronto, a professora da "bullying nando" os meninos falando que eles garatujam, rsss. Brincadeirinha, é uma sátira para todos aqueles que querem processar todo mundo por qualquer coisa para ganhar dinheiro fácil).

A magia da criança, sua sinceridade, lealdade e inocência são envolventes.

Cheguei na casa de minha mãe, onde as ferinhas moram, toda empolgada para ajudar a fazer os brigadeiros para a festa de aniversário deles quando, o Andéee, rss, me joga um balde de água fria: tia Lú, minha tia Neide falou que os seus brigadeiros são feios, rss, aí, você escuta o grito aflito de um adulto: Andréee, não foi isso que a tia falou. Foi sim tia Lú. Tia Neide disse que você não sabe enrolar brigadeiros, disse que ficam grandes, feios. Dica: se você quer falar mal de alguém, não fale perto de uma criança, rsss, minha irmã já aprendeu a lição.

Reclamei do friozinho que estava sábado passado. Fui para a casa de minha mãe e não levei blusa. Nícolas, sobrinho querido e afilhado, também com cinco anos de idade (não é irmao gêmeo do Andé, apesar de todos pensarem que é) olhou displicentemente para mim, com cara de inocência e disse: é inverno madrinha. Para quem sabe ler nas entrelinhas,,,rsss. Você sai de casa no inverno, não leva blusa e quer reclamar do frio.

NÍCOLAS

O mesmo homem, Nícolas, carinhosamente chamado pela família de Nico, Nicorim, Costelinha (se vocês o virem irão saber porque, rss) olhou para uma bacia em que eu colocaria o pé de molho para fazer as unhas e soltou a pérola: acho que não vai caber seus dois pés ai dentro (com cara de maldade apesar dos cinco anos), eu, com mais maldade ainda (ele é só uma criança?) respondi: caberá se você tirar a sua língua, kkkk, pasmem, ele entendeu, kkk, começou a rir.

Tem inúmeras histórias, tem inúmeras passagens, porém, não haveria espaço nem no blog nem na paciência de vocês para eu discorrer tudo o que tenho vontade de falar sobre a dupla dinâmica. O intuito do texto é apenas o de envolver vocês na doce magia que é o mundo infantil.

É um mundo a parte, onde sorrisos e tristezas andam de mãos dadas, onde sinceridade, honestidade está presente sem fingimentos, doa a quem doer, porém, onde, para quem tem tempo de abraçar a vida, está uma boa parte do reino encantado que Deus deixou para nós.

No mundo da "garatuja" há espaço para brincar, sonhar, ser feliz, independente da condição social, da qualidade de vida, do valor que os pais possuem em conta corrente.