Antes que comecem os comentários, explico: não abortei filho nenhum. Sou contra o aborto por questões pessoais, porém, sou a favor do direito individual. Eu sou contra o aborto, mas, você não precisa ser porque eu sou. Também sou contra que a legislação do país proíba o aborto, acho que cada um deveria ser livre para decidir o que fazer com seu corpo, desde que tenha idade e responsabilidade para assumir as consequências de seus atos. Enfim.
Na verdade o post é sobre a responsabilidade em escolher ter um filho.
Uma campanha que começou a ser veiculada, sobre pedofilia, e uma foto sobre trabalho infantil me fizeram refletir sobre a questão ter ou não um filho.
Não tenho filhos e algumas pessoas sempre me questionam o motivo de eu não ter. A maioria já acha que tem a resposta, só perguntam para confirmarem que é porque eu tenho algum problema de saúde. Erram. Na verdade, nem sei se tenho ou não problema para engravidar, pois, nunca tentei ter filhos, mesmo sabendo como se faz um e mesmo praticando o saber. O que influenciou minha decisão é a minha vontade de crescer profissionalmente.
Nunca passei por grandes necessidades (assim, “entre aspas”), mas, nunca tive uma vida abastada. A vontade em ter uma vida mais confortável sempre foi o que me motivou a seguir em frente, cursar, mesmo com dificuldade, uma faculdade. Ai você pode me perguntar: tá, e daí, o que tem uma coisa com a outra? Muita coisa. Pode parecer uma decisão egoísta não querer ter filhos por questões pessoais, financeiras. Mas, não é egoísmo, também, você decidir ter um filho para preencher as lacunas de sua vida sabendo que você não terá tempo necessário para cuidar desse? Não é egoísmo ter filhos para preencher as lacunas de sua vida sabendo que, assim que esse nascer, você terá que delegar/terceirizar os cuidados desse por não ter tempo nem disponibilidade, às vezes, disposição, para abrir mão de algumas coisas de sua vida a favor do educar, do cuidar, do assistir a vida de um filho que você escolheu ter?
Muitos problemas que vejo, por exemplo, no meu trabalho, seriam evitados se os pais fossem mais presentes na vida dos seus filhos, porém, o que vejo, é uma vontade enorme de transferir responsabilidades, ficar só com a parte boa do ter filhos: vê-los fazendo gracinhas ou conquistando méritos. Porém, criar, educar um filho é difícil, complexo.
Preferiria que todos, que tiverem acesso a esse texto, refletissem melhor sobre a questão: quero ter filhos para amar, ou quero ter filhos porque culturalmente nos é cobrado que os tenhamos?
Refletir não mata, muito pelo contrário, faz com que saiamos da inércia, nos ajuda a fazer escolhas inteligentes.
A criança é indefesa. Antes de pensarmos "egoísticamente" em nossos motivos para as termos, deveríamos pensar em como iremos cuidar dessa, como iremos amar, educar, proteger essa.
Atitudes responsáveis evitariam cenas como as mostradas, acima e abaixo (que não acontece só por falta de responsabilidade ou amor, porém, muitas ocorrências se evitariam com um pouco mais de atenção e disponibilidade para cuidar, amparar, como ja expus acima). Penso que negligência e omissão também é uma forma de aborto. Você aborta o direito da criança a uma vida plena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
OPINEM.