10 de novembro de 2013

DESPEDIDAS?

Peço desculpas aos meus leitores do blog, a quem me seguia pelo Facebook, comentava, compartilhava. Passo por uma fase meio conturbada em minha vida em que minha inspiração para os textos foram aprisionadas. Pode ser algo momentâneo. Ando a remoer, quase "ruminando" meus pensamentos e emoções em busca de autoconhecimento, em busca de saídas para o encarceramento em que eu mesma me coloquei. Se um dia conseguir voltar a escrever quero te-los aqui, caso contrário agradeço aos quase três anos que permanecemos juntos.

14 de setembro de 2013

EU SOU DE TODO MUNDO.

Às vezes presto atenção em várias postagens nas redes sociais que falam de forma degradante das mulheres e, por mais estranho que seja, essas são postadas por mulheres, as mesmas que fazem protestos acalorados por igualdade de direitos, que ficam gritando nas redes contra funkeiros, por acharem que as letras de funk denigrem a imagem da mulher.
Vejo postagem de adolescentes, mulheres maduras chamando outra de vadia, biscate, vagabunda, piranha etc. tudo normal, quando parte de você o xingamento.
Eu queria entender o que faz uma mulher apelidar de forma degradante a outra usando palavras que remetem a "liberdade" sexual. Não somos nós que nos gabamos por termos queimado sutiã em praça pública e conseguimos a tão sonhada pílula anticoncepcional? Para que, se não podemos usar nosso corpo da forma que achamos correta, da forma que desejamos?
O que faz uma mulher ganhar o apelido de piranha, vagaba, vadia? Ela sair com vários homens? Ela usar de seu direito de transar com quem e com quantos ela quiser? O quanto de homem com quem você faz ou fez sexo muda a forma de você ser?
No discurso, se fosse proferido por um homem, esse diria que sim, mostraria teses infundadas, pois, todas teriam o mesmo objetivo, mostrar que eles não aceitam que sua “mulher” possa ter tido homens mais gostosos que eles e os compararem, ou, serem trocados por um mais avantajado, mas, qual seria a justificativa de uma mulher para denegrir a outra? Mostrar-se melhor perante os olhos dos “seus homens”, que muitas querem e preferem que sejam donos, mostrar-se melhor perante a sociedade? Mas, não seria contraditório nós, que lutamos por respeito e igualdade colocarmos nossas semelhantes em situação vexatória simplesmente porque ela faz uso do que o Direito proporcionara, os direitos das mulheres de fazer de seu corpo o que bem entende?
As pessoas que defendem o direito da mulher a praticar o aborto usam como sustentação a tese de que a mulher tem o direito de escolher o que fazer com seu corpo, partindo desse pressuposto é mais grave sair dando por ai do que abortar? Se ela sai com vários, não estaria essa fazendo uso do mesmo direito que lhe foi dado, o de usar seu corpo como bem entender?  Não defendo o aborto e tão pouco estou interessada nas questões que levam uma pessoa a abortar ou não, fiz apenas uma comparação. Se eu posso usar do meu direito para uma decisão que implicaria a vida de outra pessoa, porque não posso usar de forma livre esse mesmo direito quanto ele afetaria exclusivamente a mim? Qual o motivo de pessoas se incomodarem tanto com o que eu faço ou deixo de fazer com meu corpo?
Outra questão incompreensível é uma mulher ofender a outra, usando as questões sexuais quando se sente ameaçada. Sempre parte para o ataque tentando usar a “má fama”. A outra não presta, da para todo mundo, uma vadia, uma vaca, rampeira, trepadeira, etc. primeiro: por mais que uma mulher seja tudo isso perante os olhos da outra, se o homem não quiser ele não fica com a outra. Segundo: se sexo é uma das grandes perdições do homem, rs, ao relatar a competência da rival (sim, quando você fala que a outra é biscate, profissa, vagabunda, vadia, você está falando para seu macho que a outra é puro sexo e você é para casar, eu, se fosse você, não apostaria qual das duas fariam o pau dele acordar, rs), você está se subestimando, mostrando que outra a ameaça por você não ter os mesmos dotes.
É muita hipocrisia. Hoje em dia eu pago para ver mulher coitadinha, que quer ir virgem para o altar porque sabe que a espera pode fazer o moço procurar diversão em outros corpos, então, se revestem de coitadas e, as outras são vadias, no fundo você sendo ou querendo ser tanto quanto.
Se lutamos por igualdade e achamos o fim do mundo quando alguma letra de música, ou algum grupo específico fere nossos direitos, porque achamos no direito de ferir o direito da outra, simplesmente por termos forma diferentes de ver e usar a vida?
Por que achamos que temos o direito de difamar a outra pessoa só porque a forma dela viver nos incomoda? Alias, em que afeta a sua vida a fulana sair para dar para o sicrano e para o beltrano? Cuidado, pode ser recalque, rs.
Não defendo promiscuidade (isso também seria uma escolha), apenas acho estranho que nós, mulheres, que saímos as ruas nas marchas das vadias, em protesto contra um policial do Canadá, que sugeriu que devemos por roupas comportadas e nos dar ao respeito para não sermos estupradas, como se o fato de eu estar com uma roupa curta fosse farol de avance para pessoas brutas me tocarem sem meu consentimento, achamos no direito de rotular a outra porque ela vive  um de seus direitos, o de fazer “bom”uso de algo que é seu, o seu corpo.
Se eu ficasse falando como você deveria se  portar, se tivesse um manual de instrução de quantas vezes você deveria dar para ser considerada uma mulher de respeito, você iria se submeter ou rebelar? Muita gente infringiria a Lei. Hipocrisia fede. Tem muita “vadia” disfarçada por ai apontando o dedo para a vizinha.

11 de setembro de 2013

EU CREIO NO DEUS DO SPINOZA.

“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.
Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho… Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?
Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar.
Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse.
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada,
terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste… Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Pára de crer em mim – crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias
teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?… Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro… aí é que estou, batendo em ti.

Baruch Spinoza